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Com 14 novos radares por mês nas ruas, Prefeitura gera revolta de motoristas

Contrato prevê 428 aparelhos. Em dois meses, CET aplicou 2 milhões de multas

São Paulo|Juca Guimarães, do R7

A CET vai instalar mais 428 radares em dois anos e meio
A CET vai instalar mais 428 radares em dois anos e meio A CET vai instalar mais 428 radares em dois anos e meio

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) ativou 103 novos radares de velocidade entre janeiro e junho deste ano. O contrato de instalação e manutenção de novos radares foi fechado em 2014 com previsão de 839 novos aparelhos até 2019. Entre 2014 e início de 2016, foram ativados mais 308 radares. 

O lote de 428 aparelhos a serem instalados daqui até 2019 corresponde a uma média de 14 novos radares por mês nas vias da cidade. O reflexo do aumento exponencial no número de radares em São Paulo se reflete na quantidade de motoristas multados. No primeiro bimestre de 2014, no ínicio do contrato, foram 920 mil multas. Em 2015, foram 975 mil multas em janeiro e fevereiro. Já no primeiro bimestre de 2016, os radares pegaram dois milhões de infratores, mais que a soma dos dois anos anteriores.

"Colocar mais radares na cidade não educa o motorista para dirigir dentro dos limites de velocidade, apenas aumenta a arrecadação da prefeitura com as multas", disse o empresário Luís Pereira, responsável por uma página na internet que critica a indústria da multa na cidade.

Em 2013, eram 587 radares. Até 2016, o número de equipamentos para verificar a velocidade dos veículos aumentou 57,5%. Enquanto a frota de carros circulando pela cidade teve aumento de 7,6%. Ou seja, o ritmo do reforço na fiscalização da CET é 7,5 vezes maior que o crescimento da frota. "A instalação de radares virou uma fábrica de dinheiro", disse Pereira. 

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Custos

Levando em conta o valor total do contrato, de R$ 531 milhões, a instalação e manutenção de um radar novo custou cerca de R$ 630 mil. O valor da multa por excesso de velocidade varia entre R$ 85 e R$ 570, de acordo com a gravidade da infração.

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Os novos radares serão instalados, segundo o plano estratégico da prefeitura, em regiões mais distantes do Centro com altos índices de desrespeito e acidentes. A ideia é intensificar a fiscalização nos corredores de ônibus e coibir a invasão dos corredores exclusivos, semáforo vermelho, excesso de velocidade.

O aumento desproporcional no número de radares na cidade chamou a atenção do Ministério Público. Em maio, foi apresentada à Justiça uma denúncia de impropridade administrativa (prática de ato ilegal ou contrário aos princípios básicos da administração pública) contra o prefeito Fernando Haddad, Jilmar Tatto (secretário de Transportes), Marcos Cruz (ex-secretário de Finanças) e Rogério Oliveira (secretário de Finanças). O foco da denúncia é o aumento do número de radares e a instalação em locais inapropriados. O processo tramita em segredo de Justiça.

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Número de radares cresceu sete vezes mais do que a frota de veículos em São Paulo

O aumento significativo na arrecadação com multas de trânsito gera lucros para a CET e a Prefeitura. Além disso, a legitimidade da CET para multar os motoristas é questionada, por se tratar de uma empresa de economia mista. Procurada pelo R7, a CET não comentou o aumento no número de aparelhos de fiscalização de velocidade em São Paulo. 

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