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Ex-coronel da PM assumiu empresa de suspeito de ser piloto do PCC

Ex-coronel do grupamento Águia assumiu a empresa em março de 2017. Antes, sua filha era sócia de acusado de pilotar helicópteros a serviço do PCC

São Paulo|Márcio Neves, do R7

O coronel Gaspar foi subcomandante do Grupamento Águia da PM de SP
O coronel Gaspar foi subcomandante do Grupamento Águia da PM de SP O coronel Gaspar foi subcomandante do Grupamento Águia da PM de SP

Felipe Ramos de Morais preso em Caldas Novas (GO) suspeito de ter pilotado o helicóptero utilizado na morte de Gegê do Mangue, líder da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), repassou sua parte societária em uma de suas empresas para o coronel reformado da Polícia Militar Edson Luiz Gaspar, que foi subcomandante do Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar de São Paulo —responsável pela frota de helicópteros Águia da PM.

O R7 teve acesso ao contrato social da G.F. Assessoria Aeronáutica Ltda que mostra que Felipe tinha como sócio na empresa Tamires Ferreira Gaspar, filha de Edson Luiz Gaspar.

Em março do ano passado, Felipe abandonou a sociedade e sua cota foi assumida por Gáspar, que passou a ser o responsável pela empresa.

Contrato social mostra relação societária de ex-coronel com Felipe Ramos Morais
Contrato social mostra relação societária de ex-coronel com Felipe Ramos Morais Contrato social mostra relação societária de ex-coronel com Felipe Ramos Morais

O documento mostra também que Felipe e a filha do ex-coronel da PM de São Paulo eram sócios na empresa desde 2008. Durante o período em que eram sócios da empresa, Felipe foi preso ao menos três vezes transportando drogas em helicópteros — mas nunca chegou a cumprir pena.

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O coronel da reserva Edson Luiz Gaspar era próximo do ex-comandante da Polícia Militar de São Paulo, Ricardo Gambaroni, dias após assinar o documento para assumir o controle da empresa, Gaspar aparece em fotos em um almoço com o então comandante da PM no hangar do Grupamento Águia no Campo de Marte em São Paulo.

O ex-coronel é bastante conhecido de profissionais da aviação civil e militar pois é Membro do Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do CENIPA (Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e coordenador de um curso de especialização na área de aviação de um faculdade privada da capital paulista . 

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Felipe foi preso no dia 14/03 acusado de participar de execução de líder do PCC no Ceará
Felipe foi preso no dia 14/03 acusado de participar de execução de líder do PCC no Ceará Felipe foi preso no dia 14/03 acusado de participar de execução de líder do PCC no Ceará

Por sua vez, Felipe foi preso duas vezes em 2013 transportando drogas. Na primeira, no mês de abril, ele estava no comando de um Robinson R44, de prefixo PR-HDA, na cidade de São Francisco do Sul, em São Paulo. A segunda, no mês de maio, no município de Curvelo, Minas Gerais, usando a mesma aeronave.

Em 2015, ele foi abordado em Sorocaba no comando de um Robinson R44 de prefixo PR-MOB, suspeito de transportar drogas para um sítio na região de São Roque.

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Felipe tirou sua primeira licença de piloto em 2009 e a última renovação foi em 2016 e ainda está válida, segundo a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). A órgão informou ainda que não consta nenhuma multa ou infrações em seu registro aeronáutico.

Felipe também é dono da empresa aérea G.F. Helicópteros. Na Receita Federal o endereço da empresa consta na cidade de Goiânia (GO), mas no site da empresa, relacionado ao mesmo CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), a sede da G.F. Helicópteros aparece como a cidade de Guarujá, no litoral de SP, onde vivia Wagner Ferreira da Silva, conhecido como Wagninho, e morto na noite em fevereiro com tiros de fuzil na porta de um hotel na zona leste de SP. Waguinho é considerado pela polícia como o líder do tráfico de drogas no Guarujá.

Atualmente, a empresa de Morais possui duas aeronaves com registro ativo na ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil): um avião de pequeno porte, um Beechcraft Bonanza A36, e um helicóptero, um Robinson R-44.

O R7 tentou contato com a defesa de Morais e com o ex-coronel Edson Gaspar para esclarecer esse relacionamento e a sociedade na empresa, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.

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