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“Gostaria que se entregasse”, diz pai de suspeito de matar menino de cinco anos durante assalto

Diego Freitas Campos está foragido desde a data do crime, mas conversou com o pai

São Paulo|Do Jornal da Record

Brayan pediu para não ser morto durante o assalto
Brayan pediu para não ser morto durante o assalto Brayan pediu para não ser morto durante o assalto

O pai de Diego Freitas Campos, de 20 anos, principal suspeito de atirar na cabeça do menino boliviano Brayan Yanarico Capcha, de cinco anos, na madrugada de sexta-feira (28), na zona leste de São Paulo, falou que encontrou o filho após o crime. Ele, que preferiu não ter a identidade revelada, disse que recomendou ao rapaz que se apresentasse à polícia.

— [Eu falei], Diego, meu filho, se entrega. Porque não tem saída para você. Você atirou numa criança. Gostaria que [ele] se entregasse, porque aí eu sei que ele está vivo, está preso, mas está vivo.

O homem ainda contou que está sofrendo após o acontecido.

— A gente sofre por ele, por essa mãe que perdeu essa criança, pelo pai, que a gente não quer que nada disso aconteça com família nenhuma.

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Antes de ser baleado, menino boliviano entregou aos criminosos dinheiro de seu presente de aniversário

Família

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Diego cresceu em um bairro da zona leste de São Paulo. Até os 17 anos, morava com os pais a 200 m da casa dos bolivianos. Quase todos os envolvidos no crime são amigos de infância e adolescência. Amizades que, segundo o pai, influenciaram a conduta do jovem.

O suspeito tem um filho de um ano de idade. Ele esteve na Fundação Casa quando era adolescente e, após fazer 18 anos, foi para a cadeia, por diversos crimes.

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O primeiro delito foi em 2010, quando ele foi parar na Fundação Casa após uma agressão. No mesmo ano, envolveu-se em uma rebelião e teria agredido um funcionário da instituição. Em julho de 2011 foi preso dirigindo um carro roubado com dois amigos. Pouco tempo depois, detido de novo com uma moto suspeita de roubo e levado à cadeia pelo crime de receptação.

Três meses após ser liberado, Diego foi pego novamente depois de assaltar uma casa na zona leste. A família, que não quis gravar entrevista, disse a uma equipe de reportagem da TV Record que viveu duas horas e meia de terror sob ameaças de morte. Na ocasião, também havia uma criança na casa que chorava muito durante o assalto, assim como Brayan.

Um irmão de Diego foi morto há dois anos por criminosos que o assaltaram, de acordo com o pai.

— Foram roubar a moto dele, atiraram nas costas dele. Ele montou na moto para não entregar, atiraram nas costas dele e ele morreu por esse tiro.

O crime

Na madrugada de sexta-feira (28), o bando invadiu a casa dos pais de Brayan, em São Mateus, na zona leste, para fazer um assalto. Os bandidos já haviam pegado R$ 4.500, quando o menino começou a chorar. Irritado com a reação da criança e com o fato de os pais não terem mais dinheiro, Diego Freitas Campos, de 19 anos, teria atirado na cabeça de Bryan. Antes, o menino implorou: "Não quero morrer, não matem minha mãe". Mas o ladrão, que havia mandado a mãe calar a criança, apertou o gatilho.

Antes de levar um tiro na cabeça, o menino Brayan havia entregado aos assaltantes as moedinhas que mantinha em um pequeno cofre em casa. Segundo a advogada Patrícia Veiga, representante do Consulado da Bolívia que ajudou a família do garoto a resolver a burocracia relacionada ao traslado do corpo, Brayan chegou a dizer "toma la plata (pegue o dinheiro)" aos bandidos ao entregar sua pequena economia — o que não evitou que fosse morto.

Outros bolivianos que estavam no velório do garoto neste domingo (30), no cemitério São Judas Tadeu, em Guarulhos, fizeram uma vaquinha para arrecadar fundos à família, que voltará para a Bolívia sem um tostão, uma vez que a economia feita em seis meses, R$ 4.500, foi levada. Os conterrâneos dos pais do garoto foram ao velório em ônibus alugados pelo consulado, que também vai arcar com os custos do traslado do corpo de volta à Bolívia. A família embarcou na segunda-feira (1º) para Santa Cruz de la Sierra. O enterro estava previsto para ocorrer nesta terça-feira (2). 

Prisões

No último domingo, a polícia prendeu o terceiro suspeito de participar do bando que matou Brayan. Trata-se de um adolescente de 17 anos, que chegou a ser apontado como o autor do tiro. Mas ele e os outros dois presos afirmaram à polícia que o autor do disparo foi Diego. À polícia, disseram que "não entenderam" a atitude do comparsa, que está foragido. Também confessaram ter tentado matar o comparsa. Ao ser detido, o menor carregava R$ 990.

O outro foragido, além de Campos, é Wesley Pedroso, também de 19 anos. Neste domingo, a polícia chegou a entrar na casa onde os dois estavam escondidos, perto do Parque do Carmo, na zona leste de São Paulo, mas eles fugiram pulando o muro. A casa tinha três pit bulls, o que dificultou o trabalho da polícia.

Assista ao vídeo:

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