Manifestantes bolivianos bloquearam um trecho da avenida Paulista, em direção ao Paraíso, no início da noite desta segunda-feira (1º). Segurando bandeiras da Bolívia e cartazes que pediam justiça no caso do Brayan Yanarico Capcha, assassinado com um tiro na cabeça durante um assalto, eles estavam em frente ao prédio onde funciona o Consulado da Bolívia em São Paulo e pediam pela renúncia do cônsul.
A Polícia Militar informou que cerca de 200 pessoas participavam da manifestação e que ela era pacífica até as 19h10. PMs acompanhavam o protesto. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) confirmou o bloqueio e enviou funcionários para fazer os desvios.
O cônsul Jaime Valdívia convocou uma reunião na tarde desta segunda-feira para ouvir as reivindicações da comunidade boliviana. Os bolivianos foram até o consulado geral da Bolívia para o encontro, porém, alguns não puderam entrar, já que estavam sem o documento de identificação. A situação causou revolta entre os presentes e gritaram “Que desça o cônsul”.
Após o término da reunião, o cônsul desceu e falou que um novo encontro será feita no dia 22. Os manifestantes se irritaram e a conversa terminou sem um acordo.
A boliviana Cláudia Caroline Condore, 18 anos, engrossava o coro dos manifestantes e, como muitos, pedia a renúncia do cônsul. Ele mora no Brasil há 17 anos.
— Que o consul da Bolívia renuncie. Não faz nada, só aparece para pedir voto.
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O advogado do Consulado Geral da Bolívia em São Paulo, Felipe Prado, criticou os pedidos dos manifestantes.
— Eu acho que o povo está bem equivocado. São doze funcionários que o Consulado tem para atender cerca de 600 bolivianos por mês, então realmente o trabalho está sendo realizado. (...) Eu não sou político, mas isso é uma injustiça.
Vítima
Nesta segunda-feira (1º), o corpo do garoto boliviano Brayan Yanarico Capcha, foi levado para a Bolívia em um voo comercial que saiu do Aeroporto Internacional de Guarulhos. A previsão de chegada é às 19h (horário de Brasília) na cidade de Santa Cruz. O enterro do menino deve acontecer nesta terça-feira (2). Todos os trâmites de embarque foram pagos pelo consulado.
A comunidade boliviana no Brasil é formada por 350 mil pessoas. De acordo com o advogado do consulado, Felipe Prado, 90% dessas pessoas são legalizadas.