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PMs voltam à viela onde jovem foi morto antes de comprar bolachas

Reconstituição contou com duas versões sobre caso ocorrido em Santo André

São Paulo|Kaique Dalapola, do R7

PMs participaram da reconstituição
PMs participaram da reconstituição PMs participaram da reconstituição

Cinco jovens e dois policiais militares participaram da reconstituição da morte do adolescente Luan Gabriel Nogueira de Souza, 14 anos, atingido por um tiro na nuca, em 5 de novembro, no bairro João Ramalho, em Santo André, região metropolitana de São Paulo.

Duas versões foram reconstituídas: a dos PMs, que dizem que um dos adolescentes estava armado; e a dos garotos, que afirmam que os policiais atiraram porque eles teriam se assustado e corrido após a chegada repentina dos PMs.

Um adolescente de 15 anos que participou da reconstituição afirma que Luan passou pela viela para ir ao mercado, como todos os moradores da região fazem. Nesse momento, dois PMs chegaram e um dos jovens teria avisado aos demais. Os adolescentes começaram correr e Luan, que teria ficado para trás, foi baleado.

“Ele não tinha nada a ver e ninguém atirou. O policial chegou atirando e acertou o Luan que tinha ficado para trás”.

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O irmão de Luan acompanhou a reconstituição
O irmão de Luan acompanhou a reconstituição O irmão de Luan acompanhou a reconstituição

A encenação do crime, que estava prevista para começar 10h, iniciou às 12h com o cabo Alécio José de Souza, responsável por três disparos — sendo que um deles teria acertado Luan — seguido pelo cabo Adilson Antônio Senna de Oliveira, que o acompanhava na ocorrência. Os dois PMs estavam com o rosto tampado e o cabo Alécio usava um colete à prova de balas.

Em seguida, às 13h, foi realizada a versão dos jovens. Os adolescentes não têm a identidade preservada e participaram da encenação por cerca de cinco minutos cada.

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Peritos ainda foram à uma residência que fica na viela para ouvir a moradora que também testemunhou o fato.

De acordo com o advogado Ariel de Castro Alves, coordenador da Comissão da Infância e Juventude do Condepe-SP, a reconstituição “vai ajudar a esclarecer o crime, já que os jovens falam que o policial chegou atirando”.

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A advogada Flávia Artilheiro, que defende os PMs, disse que “nesse momento não pretende se adiantar sobre a interpretação da defesa sobre a prova”, mas disse acreditar que a reconstituição vai esclarecer o caso.

A mãe de Luan, Maria Medina Costa Ribeiro, 43, afirma que espera apenas que a justiça seja feita. Ela se emociona ao dizer que nesta sexta-feira (15), vai à escola onde o filho estudava para representá-lo na formatura de 8ª série.

O caso

O estudante Luan foi morto com um tiro na nuca no início da tarde do dia 5 de novembro deste ano. Segundo a mãe, o menino havia saído de casa para comprar bolacha.

Durante o velório, irmão chorou ao lado do caixão
Durante o velório, irmão chorou ao lado do caixão Durante o velório, irmão chorou ao lado do caixão

Moradores do bairro João Ramalho, onde o crime aconteceu, afirmam que a polícia chegou na região e os meninos começaram a correr. A PM atirou e acertou o adolescente.

Já a assessoria de imprensa da PM diz que foi acionada para uma ocorrência na qual três homens estavam desmontando uma motocicleta na região.

Ainda de acordo com a versão da PM, quando os policiais chegarem no local foram recebidos a tiros pelos suspeitos. Os PM teriam revidado, acertando o adolescente. Na ocasião, outros dois jovens ainda foram detidos.

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