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Professora diz ter recebido ameaça após criticar comentário sobre rapaz amarrado em poste no RJ

Internautas se revoltaram com crítica a posicionamento de apresentadora de TV

São Paulo|Bárbara Garcia, do R7

Cilene defende fim da ideia de que a justiça deve ser feita com as próprias mãos
Cilene defende fim da ideia de que a justiça deve ser feita com as próprias mãos Cilene defende fim da ideia de que a justiça deve ser feita com as próprias mãos

A jornalista Cilene Victor da Silva afirma ter sofrido ameaças após comentar o caso em que a apresentadora do SBT Rachel Sheherazade defendeu a prisão de um menor a um poste com uma trava de bicicleta no aterro do Flamengo, zona sul do Rio, na noite de quarta-feira (5).

Cilene conta que não assistiu ao jornal ao vivo, mas que ficou sabendo da existência do vídeo por meio de uma postagem em seu perfil no Facebook.

— Foi um caso que me chocou bastante, a imagem correu o Brasil inteiro com o menino acorrentado com cadeado de bicicleta. Eu nunca tinha ouvido um comentário dela.

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Segundo Cilene, que é professora na Faculdade Cásper Líbero, é possível provar que foi após uma postagem de Rachel sobre seu comentário que as ameaças começaram.

— Após a postagem da Rachel, fake ou real, passo a receber ameaças a minha integridade física, passo a ter a minha moral ameaçada ali, minutos após a postagem, isso pode ser provado olhando no meu Facebook. Então, isso mostra que ela não só fez apologia ao crime como também incitou violência contra mim.

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Ela conta que em uma das mensagens um homem diz desejar que ela seja estuprada. Outro internauta afirmou: “eu espero, mas espero muito mesmo que você seja vítima de um bandido”.

Para a professora, que já ficou em poder de assaltantes por quatro horas com armas de fogo apontadas para a cabeça de membros da família, a atitude de Rachel e de seus seguidores ficou clara: “eles sabem que cometeram um crime”.

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— Eu não quero a demissão da Rachel, isso é um problema que ela tem que resolver com o Código de Ética da profissão e com a emissora dela.

Cilene defende uma resposta dos direitos humanos e o fim da ideia de que a justiça deve ser feita com as próprias mãos.

— Acho que caberia um direito de resposta de uma entidade de direitos humanos, das minorias e crianças em situação de risco para esclarecer aos jornalistas brasileiros e formadores de opinião que existem leis no Brasil e que não podemos pregar o olho por olho e promover a barbárie sob a chancela da liberdade de imprensa.

Ela finaliza defendendo a liberdade de expressão com respeito aos direitos humanos.

— O limite do jornalismo opinativo está exatamente na garantia dos direitos. Na tua liberdade de expressão, você conseguiu garantir direitos. Liberdade de expressão é fundamental, eu jamais como jornalista e professora de jornalismo jamais poderia defender o cerceamento da liberdade de expressão, mas ela tem uma fronteira que é exatamente a garantia dos direitos.

Além de acionar um advogado, a professora está em contato com as entidades que podem se pronunciar ou defender o caso, como o Ministério Público, Sindicato dos Jornalistas e Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas).

Outro lado

Após o polêmico comentário, Rachel Sheherazade explicou, na edição da noite desta quinta-feira (6) do SBT Brasil, sua posição sobre o caso.

— Sou uma pessoa do bem. Jamais defenderia a violência. Sou uma ferrenha crítica da violência, defendo as pessoas de bem que foram abondadas à própria sorte. O que eu fiz não foi defender a atitude do justiceiro, o que eu defendi foi o direito da população de se defender quando o Estado é omisso, quando a polícia não chega. Isso está na lei. Todo cidadão tem direito de prender um meliante flagrado em delito. O que não se pode fazer é confundir direito de se defender com a barbárie e a violência pela violência. Não defendo a violência. Defendo a paz e a segurança. É isso que falta nesse país.

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