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Patriota nega quesito ideológico em contratação de médicos cubanos

Saúde|

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, negou nesta quinta-feira 22) que a decisão do governo de contratar 4.000 médicos cubanos para trabalhar no País tenha "motivação ideológica", diante das críticas de que o acordo servirá para financiar o regime de Cuba, afirmou em audiência pública na comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. 

— A decisão foi tomada para melhorar os serviços públicos e não tem motivação ideológica de nenhum tipo.A ideia é atrair o médico disposto a trabalhar, mas sem matiz ideológico. Pelo contrário, é humanitário.

Segundo Patriota, o objetivo é oferecer serviços médicos em locais que não interessam aos profissionais brasileiros.

— Há muitos médicos cubanos dispostos a fazer esse tipo de trabalho e talvez não muitos médicos austríacos, por exemplo.

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Médicos cubanos custarão R$ 511 milhões e começam a chegar na próxima semana

O governo anunciou ontem que contratará quatro mil médicos cubanos para trabalhar nas regiões Norte e Nordeste dentro do programa Mais Médicos, anunciado pela presidente em julho como uma das respostas às reivindicações dos protestos populares que tomaram conta do país.

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— O assunto tem a ver com a carência de profissionais nessas áreas do Brasil. É algo aceito internacionalmente e foi realizado no marco de um acordo com a Organização Pan-americana de Saúde, que garante se tratar de uma boa prática.

Deputados da oposição aproveitaram a audiência pública para dizer que a contratação dos médicos cubanos era uma forma de pagamento à decisão do governo cubano de permitir investimentos brasileiros em obras públicas na ilha, como a reforma do porto de Mariel.

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— Não há nenhuma troca deste tipo e jamais passou pela cabeça de ninguém que fosse para pagar um acesso a investimentos. São iniciativas que obedecem a lógicas totalmente diferentes.

Fenam (Federação Nacional dos Médicos) denunciou que os médicos cubanos trabalharão no Brasil em condições análogas à escravidão e que o acordo apenas servirá para financiar o governo de Cuba.

Segundo a federação, apesar de o governo pagar a Cuba um valor mensal de R$ 10 mil por cada médico, os profissionais receberão uma ínfima parte disso e terão seus direitos de mobilidade restritos no país. O próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, admitiu desconhecer qual será a remuneração dos médicos cubanos porque isso é uma decisão soberana do governo de Cuba.

Já Patriota não falou sobre o assunto. Segundo dados oficiais, o Brasil tem atualmente 1,8 médico para cada mil habitantes, uma taxa baixíssima em relação países como Uruguai (3,7) e Argentina (3,2). 

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