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Ex-secretário diz que Mayra sugeriu tratamento precoce no Amazonas

Marcellus Campelo, que chefiou área da Saúde no estado, revoltou senadores na CPI ao dizer que crise só durou dois dias 

Brasil|Do R7

O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo
O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo

O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo afirmou nesta terça-feira (15), durante depoimento na CPI da Covid, que a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, deu "ênfase" à adoção do tratamento precoce para contornar o avanço do novo coronavírus no Amazonas.

Por cerca de sete horas, Campelo respondeu aos senadores sobre a crise de oxigênio no estado em janeiro, falou sobre as medidas adotadas para tentar contornar o problema e os pedidos de ajuda ao governo federal, contradizendo o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

Segundo Campelo, a orientação em relação ao tratamento precoce se deu em visita de Mayra Pinheiro ao Amazonas, pouco antes de a crise de oxigênio eclodir. "Em 4 de janeiro, recebemos a secretária Mayra Pinheiro. Estivemos juntos com o governador e com a presença da imprensa. Vimos uma ênfase da doutora Mayra Pinheiro em relação ao tratamento precoce e relatando um novo sistema que poderia ser utilizado e que seria apresentado oportunamente, o TrateCov", afirmou.

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Segundo o ex-secretário, ela apresentou teses científicas a respeito desse tema e recomendou a adoção do tratamento precoce na atenção primária. Já o TrateCov foi lançado dias depois, sendo um aplicativo que iria orientar médicos na prescrição de remédios como a cloroquina, usada para tratar malária e considerada ineficiente no combate à infecção por covid-19 por grande parte da comunidade científica internacional. O aplicativo rendeu polêmica e críticas ao governo e, dias após o lançamento, deixou de operar.

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Mayra Pinheiro já prestou depoimento à CPI e informou que, na ocasião de sua viagem ao Amazonas, ainda não havia sido informada do risco iminente de falta de oxigênio no estado. A crise eclodiu no dia 14.

Pazuello

O estado do Amazonas já se destacava como um dos estados com maior incidência de covid-19 desde o início da pandemia. No começo do ano, a probabilidade da falta de oxigênio para tratar pacientes nos hospitais fez a Secretaria da Saúde do Amazonas procurar o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

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"Fiz uma ligação ao ministro Pazuello por telefone no dia 7 de janeiro. A partir daí nós tivemos contato por mensagens", contou Campelo. O ex-secretário esclareceu que pediu a Pazuello nessa ligação apoio logístico para o transporte de oxigênio de Belém para Manaus. "Somente aeronaves militares poderiam fazer esse tipo de transporte."

A fala de Campelo contradiz aquilo que foi declarado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na CPI. O ex-titular da pasta alega que soube do risco iminente de colapso no sistema público de saúde em Manaus (AM) em 10 de janeiro, quatro dias antes do colapso.

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Ao falar da falta de oxigênio, Campello revoltou senadores ao afirmar que a crise teria durado apenas dois dias na rede pública. Confrontado com informações trazidas pelos parlamentares, ele mais adiante disse que a duração da crise teria sido de 20 dias, referindo-se à compra de oxigênio "no mercado". 

Campelo se licenciou do cargo no dia 7 deste mês depois de ser preso em uma operação da PF (Polícia Federal) no Amazonas. Ele é investigado por supostos desvios de verbas da Saúde durante a pandemia do novo coronavírus.

Medidas restritivas

O ex-secretário afirmou que a decisão de revogar um decreto de dezembro do ano passado, que estabelecia medidas restritivas para conter a disseminação do novo coronavírus no Amazonas, foi tomada devido à pressão popular.

As medidas foram revogadas dias após a publicação do decreto e contra a orientação da Secretaria da Saúde, segundo Campello. À época, a decisão foi comemorada por diversas autoridades políticas do país.

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