O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, disse nesta terça-feira (15), em resposta enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal), que é “narrativa fantasiosa”, “sem nenhum lastro de veracidade”, as acusações de que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) elaborou orientações para auxiliar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
A Abin, por sua vez, disse ao Supremo que não existe “relatório produzido institucionalmente” pela agência a favor de Flávio Bolsonaro e pediu para ter acesso aos documentos mencionados nas reportagens.
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"O que existiu, e tanto a nota emitida pelo GSI quanto o Tweet do Gen. Heleno confirma, é apenas a realização de uma reunião, marcada para verificar ocorrência de eventual violação de segurança institucional, entre o Gabinete de Segurança Institucional, com participação do Diretor-Geral da Agência Brasileira de Inteligência, com a defesa de um Senador da República e filho do Presidente da República”, afirma a Abin.
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Reportagem da revista Época publicada na última sexta-feira (11) aponta que a Abin produziu dois documentos em que detalha o funcionamento de suposta organização criminosa na Receita Federal que, segundo a defesa de Flávio, teria feito uma devassa nos dados fiscais do senador.
Em um dos documentos, a finalidade descrita é "Defender FB no caso Alerj". “As matérias são especulativas, sem nenhum lastro de veracidade e a ação judicial que nela se ampara padece dos mesmos vícios, razão pela qual não tem como prosperar", afirma Heleno.
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"Utilizam-se ambas, levianamente, de caros instrumentos da democracia: a liberdade de expressão e o livre acesso ao Judiciário, numa nítida tentativa de criar obstáculos à governabilidade e manipular a opinião pública”, completou o ministro.
“Não tenho como me manifestar sobre um documento, cuja existência e teor, desconheço”, completou. Entre as sugestões listadas pela agência estão a demissão de servidores do Fisco e da CGU (Controladoria-Geral da União), órgão responsável pela fiscalização da administração pública.
A Época mostrou nesta segunda (14) que um dos servidores citados foi exonerado ‘a pedido’ há duas semanas e outras duas sugestões foram seguidas pela defesa: apresentação de um pedido de Lei de Acesso à Informação para colher provas de que o perfil de Flávio foi acessado indevidamente pela Receita e a apresentação de uma notícia-crime na Procuradoria-Geral da República.