PGR cobra Abin e GSI e vê como 'grave' relatórios a Flávio Bolsonaro
Na segunda-feira (14), o STF exigiu dos órgãos federais de inteligência informações sobre a denúncia de ajuda ao filho do presidente
Brasil|Clebio Cavagnolle, da Record TV Brasília
O procurador-geral da República, Augusto Aras, avalia como "grave" a denúncia de entrega de relatórios de órgãos de inteligência federais para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Em conversa nesta terça-feira (15) com jornalistas, o titular da PGR (Procuradoria-Geral da República) afirmou que vai acionar a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República) para entender o que ocorreu nesse caso.
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Aras considera grave o fato denunciado pela imprensa, mas cita que ainda não foram apresentadas provas de que os documentos existem.
Ele também disse que o MPF (MInistério Público Federal) quer ouvir a advogada de Flávio, Luciana Pires, apesar de ela ter direito a sigilo profissional.
Na segunda-feira (14), a ministra Cármem Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que a Abin e o GSI informassem em 24 horas se houve realmente os supostos relatórios que teriam sido feitos para ajudar a defesa de Flávio Bolsonaro, investigado no caso das 'rachadinhas'.
Em sua última edição, a revista "Época" publicou reportagem informando que a Abin fez ao menos dois relatórios de orientação para o filho do presidente Jair Bolsonaro, para que seu defensores obtivessem documentos que anulariam o processo.
Em seu despacho a segunda, Cármen Lúcia também classificou a suposta produção dos relatórios como "grave". Ela afirma que o tribunal considera "ilegítimo" o uso da órgãos estatais de inteligência para atender interesses particulares de qualquer pessoa.
O Gabinete de Segurança Institucional já negou que tenha participado de tal fato e classificou a notícia como "desprovida de veracidade". A Abin também negou que tenha produzido os relatórios citados.
Procurada pelo R7, a assessoria do senador Flávio Bolsonaro disse que não vai se manifestar.
*Colaborou Myrcia Araújo, da Record TV Brasília