Bolsonaro veta projeto de lei que une aula teórica e prática na zona rural
Na decisão, presidente considerou que proposta é inconstitucional por substituir a expressão 'escolas rurais' por 'escolas do campo'
Brasília|Rossini Gomes, do R7, em Brasília
![Professora dá aula em escola rural de Campos Mourão, município no interior do Paraná](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/ZEVUNKY745KDHPPM72NUX4PCHU.jpg?auth=7d7104b597ddcd6b87287b49ed3124197abcc14919c884b77e9964eabbebcb52&width=771&height=419)
O presidente Jair Bolsonaro vetou o Projeto de Lei nº 184, de 2017, que tinha o objetivo de associar aulas teóricas e práticas a estudantes da zona rural. A rejeição ao texto que possibilitaria o uso da "pedagogia da alternância nas escolas do campo" foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (23).
O projeto de autoria do deputado Helder Salomão (PT/ES) tinha o objetivo de alterar "a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para permitir a utilização de metodologias alternativas nas escolas do campo, a fim de atender as reais necessidades e interesses dos discentes".
![Deputado Helder Salomão (PT/ES)](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/E4DJZJ2SQBIRHJBVP6IKJT7T2E.jpg?auth=e8a6ed912abef5439dfb025e9518b51a817d30d20e638b287431af7f02156f81&width=301&height=301)
Na proposta, o parlamentar defendeu a implantação de "conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos das escolas do campo, com possibilidade de uso, dentre outras, da pedagogia da alternância".
Na avaliação do projeto, o presidente decidiu "vetar integralmente, por inconstitucionalidade e por contrariedade ao interesse público".
"Em que pese a boa intenção do legislador, a proposição legislativa contraria o interesse público e incorre em vício de inconstitucionalidade ao substituir a expressão 'escolas rurais' pela expressão 'escolas do campo', de sentido mais restrito, pois estas se referem somente às escolas situadas em ambientes rurais e que se enquadram na modalidade de educação do campo, enquanto aquelas podem se enquadrar nas modalidades de educação do campo, de educação escolar indígena e de educação escolar quilombola", argumentou Bolsonaro na publicação.
O chefe do Executivo nacional considerou que "tal restrição, somada à proposta de utilização da pedagogia da alternância nas escolas do campo, retira a possibilidade de outras modalidades de educação, que possuem diretrizes curriculares próprias, utilizarem seus conteúdos curriculares e suas metodologias".