Deputado protocola primeiro pedido de impeachment de Lula
Parlamentar aponta crime de responsabilidade do presidente por ter chamado de 'golpe' o processo de impeachment de Dilma
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
![Presidente Lula tem primeiro pedido de impeachment protocolado](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/57KMOPSH3VOIHAHEZLH4XL6EEI.jpg?auth=bd9f848033136f0fbc413bf725ad910374585abce7d00fcac3795dd4f02a7ca6&width=1280&height=854)
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é alvo do primeiro pedido de impeachment do terceiro mandato. Antes mesmo do início do ano legislativo, o texto foi apresentado à Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (26). A justificativa é que o petista comete crime de responsabilidade ao tratar a retirada de Dilma Rousseff do poder como "golpe".
"Ao afirmar em discurso oficial e público que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe de Estado, Lula atenta contra os Poderes e contra a Constituição Federal", alega o deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), autor do requerimento.
A oficialização do pedido foi comentada pelo deputado Carlos Bolsonaro (PL-RJ). "Primeiro pedido de impeachment de Lula: crime de responsabilidade ao discursar dizendo que Dilma sofreu golpe em 2016. Não vamos dar descanso", escreveu.
Em discursos públicos, Lula tem reiterado a narrativa de que a ex-presidente Dilma saiu do cargo por meio de um "golpe". O impeachment, no entanto, foi um processo autorizado e decidido pelo Senado e pela Câmara.
O PSDB também moveu uma ação contra o presidente e denunciou o petista pelo posicionamento. "Quem chama o impeachment de Dilma de golpe ataca a democracia no Brasil, o Congresso e o STF. É um discurso extremista e incentiva o ataque a instituições", disse o partido, pelas redes sociais.
Além dos pronunciamentos, o site oficial da Presidência da República fala em "golpe de 2016", em um texto que anuncia a nova diretoria da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Pela referência, o governo Lula também é alvo de uma representação analisada pelo Ministério Público Federal (MPF) que denuncia o presidente por "propagação de desinformação".