Em Portugal, Lula recebe convite para ir à Ucrânia e diz que enviará assessor especial
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, disse que petista recebeu uma carta com pedido para intervir na guerra
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
![Ministro Márcio Macêdo, ao lado de Lula](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/SRGF7O5UUFOR7BC6KDLCG5FDDE.jpg?auth=85d5727613c2d99ee4d82247352852201c6f7a49cc46cdbcf859c23ad5c87bc3&width=442&height=240)
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que vai enviar à Ucrânia o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim.
De acordo com Macêdo, a promessa do presidente foi feita após uma reunião na Embaixada do Brasil em Portugal entre o ministro e ucranianos. Na ocasião, eles entregaram uma carta em que convidam Lula a ir ao país europeu e pedem ao petista que faça uma intervenção no conflito.
"O presidente Lula determinou e me orientou que dissesse que o assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, vai visitar a Ucrânia", afirmou. Ainda não há data prevista para a viagem.
"O presidente Lula determinou que eu os recebesse, e nós conversamos. Explicitei bem qual é a posição do governo brasileiro e a do presidente. A posição do Brasil e do presidente é pela paz. O presidente vai trabalhar para unir outros países em busca de uma alternativa para acabar com esse conflito", afirmou o ministro.
O encontro ocorreu seis dias após Lula ter afirmado, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, que os EUA e a Europa contribuem para o prolongamento da guerra na Ucrânia e defendido a criação de uma espécie de G20 para restabelecer a paz.
No dia seguinte, a Casa Branca criticou o posicionamento do presidente brasileiro e afirmou que o Brasil está "papagueando" o discurso adotado pela Rússia para negar que tem culpa pelo conflito.
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Questionado sobre a fala de Lula de que a Europa e os Estados Unidos estariam ajudando a prolongar a guerra, Márcio Macêdo disse que o Brasil respeita a posição dos países europeus mas ocupa uma posição de neutralidade.
Confrontado com a fala do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de que o Brasil teria deixado a posição de neutralidade com a afirmação, Macêdo disse se tratar de uma "interpretação".
"Se o Brasil tomar partido, perderá a oportunidade de encontrar pares e países para um caminho para a paz. O Brasil assina a resolução da ONU [Organização das Nações Unidas], que condena a invasão de um país por outro", afirmou o ministro.