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R7 Brasília

Lula envia Amorim para viagem 'secreta' à Venezuela; assessor se reuniu com ditador Maduro

A reabertura da embaixada e a dívida do país vizinho com o BNDES estão entre os assuntos tratados na reunião

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O assessor especial Celso Amorim e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
O assessor especial Celso Amorim e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, à Venezuela, em uma viagem "secreta" para tratar de vários assuntos com o país vizinho. A reunião é mantida em segredo pelo Palácio do Planalto, uma vez que viagens internacionais de membros do governo são informadas com antecedência.

Um dos exemplos disso é o comunicado sobre a ida de Lula à China — a previsão é que ela ocorra no fim do mês, mas o Ministério das Relações Exteriores já informou a imprensa sobre a viagem.

Imagens do encontro de Amorim foram compartilhadas nas redes sociais pelo presidente ditador Nicolás Maduro."Grato encontro com a delegação da República Federativa do Brasil, encabeçada por Celso Amorim. Estamos comprometidos com a renovação de nossos acordos de união e solidariedade que garantem o crescimento e o bem-estar da Venezuela e do Brasil", escreveu.

A reportagem do R7 apurou que diversos temas foram tratados no encontro entre Amorim e Maduro. Entre eles estão a situação política na Venezuela, a reabertura da embaixada, a relação bilateral com o Brasil e a dívida do ditador com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


Dívidas da Venezuela e outras ditaduras com BNDES

Chamados de "amigos" por Lula, Venezuela, Moçambique e Cuba estão inadimplentes com o Brasil em relação aos empréstimos feitos com o BNDES. A dívida somada até dezembro de 2022 é de R$ 5,3 bilhões. A Venezuela é a maior devedora: R$ 3,5 bilhões. Depois vêm Cuba, com R$ 1,22 bilhão, e Moçambique, que deve R$ 628 milhões. 

Durante a cerimônia de posse de Aloizio Mercadante à frente do banco, Lula afirmou ter certeza de que os valores serão pagos no atual governo "porque são todos países amigos do Brasil e certamente pagarão a dívida que têm com o BNDES". O presidente da República culpou a gestão anterior por não ter cobrado o compromisso.


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"Países que não pagaram [as dívidas] é porque o ex-presidente [Jair Bolsonaro] resolveu cortar a relação internacional e, para não cobrar e ficar nos acusando, deixou de cobrar", disse à época Lula, que exigiu do novo presidente do BNDES a intensificação da atuação do banco de forma a contribuir com o crescimento econômico brasileiro.

O BNDES financiou serviços de engenharia de empresas brasileiras em nada menos que 15 países da América Latina e do Caribe, entre 1998 e 2017. Nessas operações, o banco desembolsa os recursos exclusivamente no Brasil, em reais, para a empresa brasileira, à medida em que as exportações vão sendo realizadas. Quem fica com a dívida, contudo, é o país estrangeiro, porque ele é o responsável por fazer o pagamento, que deve ser acrescido de juros.

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