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Mais de metade dos alunos acusados de racismo em partida de futsal no DF deixa escola

Foram identificados dez pessoas que teriam praticado os insultos contra estudantes de time rival; polícia investiga

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Ministério Público também investiga caso (Toninho Tavares/Agência Brasília./Toninho Tavares/Agência Brasília.)

Mais da metade dos alunos acusados de racismo durante um jogo de futsal em um campeonato entre escolas particulares do DF deixou a instituição de ensino após a repercussão do caso. Segundo o colégio Galoís, foram identificados pelo menos dez jovens envolvidos nos insultos e as informações serão passadas para a Polícia. Os estudantes da escola privada teriam chamado o time adversário, da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, de “pobrinhos”, “filhos da empregada” e “macacos”.

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Em nota, a escola Galoís disse que desde o ocorrido, “a instituição vem trabalhando incessantemente para tomar medidas justas e necessárias conforme o momento exige”.

“Todos os trâmites e prazos para casos assim foram cumpridos. Uma averiguação foi aberta para apurar as responsabilidades. Além das imagens extraídas das câmeras de monitoramento interno, foram ouvidas 57 pessoas, que direta e indiretamente estavam envolvidas no evento e que pudessem contribuir para identificar, entre os menores que estavam na torcida naquele dia, aqueles que proferiram os insultos”, afirma.

Os 10 possíveis envolvidos foram notificados com envio das informações escritas aos pais e responsáveis por cada estudante. Cada um deles teve a oportunidade de “apresentar, junto à escola, as suas respectivas defesas”. “A partir de então, o andamento passou a ser de incumbência do Conselho de Classe, composto por um presidente, seis relatores, 35 professores e assessorado por dois advogados especialistas em educação”.

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O Conselho já ouviu o pronunciamento de defesa de cada uma das famílias e no sábado (27) se reuniu novamente para examinar cada caso. A maioria dos integrantes do conselho decidiu por sanções escalonadas conforme a gravidade do ato de cada um dos envolvidos.

“Dos 10 notificados, metade usou o recurso — legítimo — de solicitar o desligamento da escola. Dentre os que seguiram no processo, houve desligamentos, a alguns foram imputados medidas pedagógicas e éticas, disciplinares e outros o conselho julgou que não cabia penalidades por não estar comprovado o envolvimento’, diz nota.

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Lembre o caso

No começo de abril, a Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima publicou uma nota de repúdio contra um episódio em que estudantes foram ofendidos por alunos do Colégio Galoís em uma partida de futsal. O caso aconteceu no dia 3, durante a Liga das Escolas. A direção relatou ao R7 que os estudantes da escola franciscana foram chamados de “macacos”, “filhos da empregada” e “pobrinhos”.

“Tínhamos ido para a competição de futsal dentro do ginásio do Galoís, não tínhamos torcida, mas os outros estudantes atacaram o time com musiquinhas, dizendo que a tua mãe lava a louça e a roupa da minha casa. Eles batiam no peito imitando macacos. Foi horrível. Nossos alunos ficaram muito abalados”, disse a diretora, Inês Alves Lourenço.

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Inês afirma que está tomando as medidas necessárias e que vai registrar um boletim de ocorrência. “O que queremos não é a punição, porque nosso papel é educar os alunos. Estamos atrás de respeito, de educar essa juventude, sem discriminação. A escola é um lugar de princípios e de valores.”

A Escola Franciscana disse na nota que, “embora tivessem diversos responsáveis no local, nenhuma providência efetiva e adequada foi adotada pelos prepostos do Colégio Galoís, que estavam presentes nas instalações do ginásio”.

“Importante destacar que os alunos ‘agressores’ encontravam em sua maioria uniformizados, ou seja, estavam sob a guarda e responsabilidade do Colégio Galoís, que, neste caso, mostrou-se conivente com a situação humilhante e vexatória vivida pelos alunos da Escola Fátima.”

A escola declara que é inadmissível que em pleno século 21 ainda se presencie atos “tão repugnantes como os que foram direcionados aos nossos atletas”. “O preconceito racial e social não deve ter espaço em nenhum ambiente, especialmente em uma escola, onde os alunos devem ser ensinados a valorizar a diversidade e a promover o entendimento mútuo.”

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