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Presidente do Conselho de Ética nega pedido de Brazão para trocar relatoria sobre cassação

Defesa havia pedido um novo sorteio, alegando parcialidade por parte da relatora, a deputada Jack Rocha

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Lomanto indeferiu pedido para troca de relatoria (Bruno Spada / Câmara dos Deputados)

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Leur Lomanto (União-BA), negou o pedido feito pelo deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) para trocar a relatoria do processo que pode levá-lo à cassação. Na fundamentação, a defesa de Brazão usou publicações feitas pela relatora do caso, deputada Jack Rocha (PT-ES), para sustentar que a parlamentar não tinha isonomia para elaborar o parecer.

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Nas redes sociais, Rocha chegou a pedir pela prisão de Brazão e pela rápida análise da cassação antes de ser designada relatora. “A deputada externalizou posicionamento muito claro e deixou transparecer não apenas a sua inclinação à cassação, como também a necessidade de que isso se dê celeremente”, sustentou a defesa.

No entendimento do presidente do Conselho de Ética, a parlamentar tem imunidade para se expressar e, na época das postagens, sequer tinha sido sorteada como uma possível relatora. Lomanto reforçou que a parlamentar “possui imunidade parlamentar material em razão de suas opiniões, palavras e votos, e tem assegurado regimentalmente o direito de se manifestar publicamente e emitir seus posicionamentos políticos sempre que entender conveniente”.

Lomanto também reforçou que o parecer a ser apresentado “não possui natureza vinculante para o órgão colegiado, que, pela deliberação dos demais membros do órgão, pode se manifestar pela sua aprovação ou rejeição”.

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Acusação

Brazão está preso preventivamente, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Em março, a Polícia Federal informou ao STF que o crime foi idealizado por Chiquinho e pelo irmão dele, Domingos Brazão, e foi meticulosamente planejado pelo delegado Rivaldo Barbosa, que era chefe de polícia do Rio de Janeiro na época do assassinato.

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“E aqui se justifica a qualificação de Rivaldo como autor do delito, uma vez que, apesar de não ter o idealizado, ele foi o responsável por ter o controle do domínio final do fato, ao ter total ingerência sobre as mazelas inerentes à marcha da execução, sobretudo, com a imposição de condições e exigências”, disse a PF em relatório.

João Francisco Inácio Brazão, conhecido como Chiquinho, era deputado federal do União Brasil pelo Rio de Janeiro. Assim como Marielle, ele era vereador do município quando o assassinato ocorreu. O envolvimento do parlamentar fez com que as investigações fossem ao STF, já que Chiquinho tem foro privilegiado. A relatoria do processo foi distribuída por sorteio ao ministro Alexandre de Moraes, da Primeira Turma, por se tratar de uma ação criminal.

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Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson, o ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou aos investigadores, em delação premiada, que Domingos teria encomendado o crime.

Lessa teria afirmado que o crime seria uma vingança contra o ex-deputado estadual Marcelo Freixo e a ex-assessora dele, Marielle Franco. Os três, segundo os investigadores, travavam disputas na área política do estado.

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