A montadora Nissan divulgou uma nota nesta terça-feira (7) contra seu ex-presidente, Carlos Ghosn. No texto, a primeira manifestação da empresa desde a saída do executivo do Japão, ela considerou "lamentável" a fuga para a República Libanesa sem a permissão da Justiça.
A empresa disse ainda que mantém a ação judicial contra o o executivo por má conduta na direção da aliança Nissan-Renault-Mitsubishi. Segundo a companhia, os desvios foram verificados após uma detalhada apuração interna.
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"A investigação interna encontrou evidência incontestável de vários atos de má conduta por Ghosn, incluindo distorção de sua remuneração e apropriação indevida dos ativos da empresa para seu benefício pessoal", detalhou a Nissan.
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"Além de sua acusação no Japão, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA concluiu que a conduta de Ghosn, incluindo seus esquemas de subnotificar sua compensação, era fraudulenta. Ainda estão em andamento investigações na França sobre possível má conduta. A Nissan continuará fazendo a coisa certa, cooperando com as autoridades judiciais e reguladoras sempre que necessário", concluiu em seu comunicado a montadora.
A declaração da Nissan foi a primeira palavra da empresa em relação a Ghosn desde o voo de fuga na semana passada. Ele diz que é inocente.
O executivo declarou recentemente que as acusações contra ele foram inventadas pela Nissan e por autoridades japonesas contrárias à fusão da montadora com sua parceira francesa Renault.
A montadora declarou ainda que a fuga não afetará a política básica da Nissan de responsabilizá-lo pela grave má conduta" e que "continuará a tomar as medidas legais adequadas para responsabilizar Ghosn pelos danos que sua má conduta causou à Nissan".