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Saques na poupança ameaçam crédito imobiliário, diz presidente da Caixa

O banco lançou uma campanha para defender a tradicional modalidade de investimento, que financia o crédito de habitação

Economia|Do R7, com Agência Estado


A presidente da Caixa, Rita Serrano, que defende a poupança
A presidente da Caixa, Rita Serrano, que defende a poupança

A presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, disse nesta sexta-feira (12) que os saques da caderneta de poupança ameaçam o financiamento imobiliário. O banco lançou uma campanha de marketing para defender a tradicional modalidade de investimento, que vem perdendo depósitos, para dar vazão ao crédito de habitação, financiado pelas cadernetas.

"Com a taxa de juros altíssima, estamos tendo perdas na poupança. E, ao perder recursos em poupança, tornamos o investimento em habitação mais caro, já que temos que ir atrás de outros fundings mais caros para continuar financiando a habitação", afirmou a executiva em coletiva de imprensa, em São Paulo, para comentar os resultados do banco no primeiro trimestre.

A caderneta de poupança tem registrado recorde de retirada nos últimos meses. O movimento ocorre em meio a um cenário de juros elevados, que reduz a competitividade da poupança frente a outros investimentos.

Um comercial, exibido em televisão aberta desde a quinta-feira, mostra personagens que têm profissões arriscadas, como bombeiros dublês e membros de esquadrões anti-bombas, falando dos benefícios da poupança. O foco é na segurança do produto, na rentabilidade garantida e também na liquidez imediata.

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A Caixa é líder em poupança no Brasil, com cerca de 36% dos depósitos no produto. Historicamente, fazia campanhas massivas para chamar a população a aplicar no produto, mas essa prática foi abandonada em anos recentes. Com a migração dos poupadores para outros produtos de investimento mais rentáveis, o banco também aumentou a captação através de outros instrumentos.

No crédito habitacional, isso pressiona as taxas, porque esses instrumentos têm remuneração atrelada ao CDI, diferente da poupança, que tem travas quando a Selic está acima de 8,5% ao ano. Serrano disse que é para evitar essa pressão que a Caixa lançou a nova campanha, mesmo com a menor atratividade do produto neste momento.

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A Caixa elevou os juros do crédito imobiliário em abril, para uma média de 9,99% ao ano, seguindo movimento dos bancos privados, mas com a menor taxa do mercado. A instituição fez um repasse do custo maior dos instrumentos alternativos, como as letras de crédito imobiliário (LCI).

FGTS

As mudanças na remuneração do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) também foram citadas como medida que podem reduzir os investimentos públicos feitos através dos recursos do fundo. 

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"Qualquer mudança na remuneração do FGTS pode ter um impacto em investimentos públicos", afirmou Serrano. Ela acrescentou que esses investimentos podem ficar mais caros.

O STF (Supremo Tribunal Federal) julga uma mudança na regra de remuneração dos recursos do fundo, que aumentaria a rentabilidade aos trabalhadores - e consequentemente, seria mais cara para o governo.

Serrano disse que é preciso considerar que o perfil da força de trabalho no país mudou, com mais informalidade, e que isso por si só pressiona o crescimento do FGTS, que recebe contribuições sobre vagas com carteira assinada.

Ela destacou ainda questões com a distribuição dos resultados aos cotistas como fatores de pressão.

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