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Transporte urbano do Brasil é pior que do Chile, Colômbia e México, mostra pesquisa da CNI

Prioridade a carros particulares, falta de planejamento e de investimentos prejudicou mobilidade em grandes cidades do país

Economia|Do R7


Diferentes meios de transportes em rua de São Paulo
Diferentes meios de transportes em rua de São Paulo

A qualidade da infraestrutura de transportes nas 15 principais regiões metropolitanas do país é muito inferior à da Cidade do México e de Santiago (Chile), que são referência em mobilidade urbana na América Latina. Para os maiores municípios brasileiros atingirem o padrão dessas capitais, é necessário investir R$ 295 bilhões até 2042, mostra um estudo realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria)

A pesquisa Mobilidade Urbana no Brasil: marco institucional e propostas de modernização é inédita e revela que o caminho para as regiões metropolitanas do país terem transportes em nível de excelência é longo.

Primeiramente, é preciso encontrar meios para superar a falta de financiamento, fator apontado no estudo como o maior gargalo para a expansão dos transportes urbanos no Brasil. Isso seria possível, segundo a CNI, viabilizando-se fontes de investimentos, com recursos nacionais e estrangeiros, além de participação pública e privada.

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A sugestão de Wagner Cardoso, gerente-executivo de infraestrutura da entidade, é ampliar o número de PPP (parcerias público-privadas), em um modelo que inclua a construção, operação e manutenção do sistema de transporte, com contratos relativamente longos, "em torno de 30 anos”.

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“Pode-se afirmar que o país subinveste e subfinancia o transporte coletivo e, inversamente, privilegia e subsidia o transporte individual motorizado, inclusive na precificação dos combustíveis fósseis, utilizados por automóveis e veículos individuais”, avalia Cardoso. 

Os problemas do Brasil em mobilidade urbana, segundo o estudo, dizem respeito também à pouca atenção dada à sustentabilidade. O resultado é o país ter perdido sua posição de referência na América Latina: hoje, aparece entre as economias com a menor parcela de veículos elétricos em circulação nas cidades. Santiago e Bogotá (Colômbia), por exemplo, têm três vezes mais ônibus elétricos em operação que em todo o território brasileiro.

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Expansão das linhas de metrô e trens

Ainda de acordo com a pesquisa, dos R$ 295 bilhões necessários para modernizar a mobilidade urbana no país, R$ 271 bilhões teriam que ser destinados à expansão de linhas de metrô. Esse montante é suficiente para mais do que dobrar a extensão da malha vigente.

Em seguida, devem ser feitos investimentos na ampliação das estruturas de rede de trens, de cerca de R$ 15 bilhões, e de BRTs (Bus Rapid Transit), R$ 9 bilhões.

Os dados analisados revelam que o transporte privado foi priorizado ante o público não apenas em quesitos como conforto e rapidez, mas também no custo para o consumidor.

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O preço da gasolina foi um balizador da escolha modal: em 15 anos, exceto no período mais recente, o aumento desse combustível foi inferior ao avanço das tarifas de transporte público coletivo. Na prática, isso significa um barateamento relativo das viagens com transporte privado.

Outra informação relevante trata de mudanças significativas nos padrões de deslocamento urbano, que ainda estão em andamento. Elas são motivadas, particularmente, pelo crescimento do trabalho em home office e pelo comércio digital, dois processos acelerado na pandemia da Covid-19.

O transporte público também perdeu espaço para os aplicativos de transporte, cujo alcance ainda não foi captado em sua magnitude por boa parte das pesquisas. Segundo a CNI, nas duas maiores metrópoles brasileiras, por exemplo, a demanda por transportes coletivos se mantém bastante abaixo do último ano pré-pandemia: em São Paulo, as viagens de metrô e de ônibus ficaram, em em 2022, cerca de 25% abaixo dos níveis de 2019; no Rio de Janeiro, a queda no uso do metrô é de mais de 30%, e a do ônibus, é de 15%.

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