Queda no número de inscritos no Enem atingiu os alunos mais vulneráveis.
Apenas 26% dos estudantes da rede pública prestaram o Enem em 2021.
Principal motivo da queda foi a crise causada pela pandemia de Covid-19.
Os mais prejudicados foram os que estudaram 2020 e 2021 com escolas fechadas.
Alunos da rede pública não acreditam que vão conseguir vaga na universidade
Folha Vitória - Cidades 3
Principal porta de entrada para universidades públicas e privadas do país, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi criado em 2003 com a missão de democratizar o ensino superior, e chegou a ter 8,7 milhões de inscritos em 2014.
São justamente aqueles que utilizam a nota do exame para acessar os mais diversos tipos de ensino, público ou privado, presencial ou a distância, seja por meio de bolsas, seja utilizando Sisu, ProUni ou Fies.
A situação levou o presidente Lula a apelar, dias atrás, aos estudantes para que se inscrevessem para prestar o exame. “É importante que todos que queiram fazer uma universidade se inscrevam, para ter a oportunidade de ser doutor ou doutora”, disse ele.
“Na rede privada, 90% dos estudantes prestaram o Enem em 2016, porcentagem que caiu para 72% em 2021. Na rede pública, pouco mais da metade [55%] fez o Enem em 2016, o que já é um índice ruim. Mas, em 2021, esse percentual caiu para 26%”, avalia Henriques.
“Os resultados nos mostram um cenário de ampliação das desigualdades de oportunidades educacionais no país, e isso exige ações estruturais por parte dos governos e gestores públicos.”
É importante que todos que queiram fazer uma universidade se inscrevam, para ter a oportunidade de ser doutor ou doutora
Os estudantes que farão as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) nos próximos domingos, dias 13 e 20, devem ficar atentos ao que levar no dia. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela aplicação do Enem, exige que o participante porte um documento com foto e caneta de tinta preta. Veja o que separar para levar no dia da prova
Marcello Casal JrAgência Brasil
No dia do exame, os participantes devem apresentar um documento original com foto. Além do RG, o edital libera a apresentação de passaporte e da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), assim como Carteira de Trabalho e Previdência Social
Teste
Neste ano, o Inep também aceitará documentos digitais como e-Título, CNH e RG, desde que apresentados nos aplicativos oficiais
Reprodução/Agência Brasil
O Inep recomenda que os estudantes levem o cartão de confirmação, que possui informações como o local da prova, o número de inscrição, em qual idioma será a prova de língua estrangeira, entre outras. Não é obrigatório para fazer a prova, mas vale levar
Reprodução
Nenhum material de papelaria é aceito durante a prova do Enem, apenas caneta de tinta preta. Os participantes devem responder às questões da prova e preencher o caderno de questões com caneta esferográfica produzida em material transparente de tinta preta. A dica é levar mais de uma, para evitar sustos
Freepik
Pode levar garrafa de água e deixar embaixo da carteira
Pixabay
Lanches leves e chocolates também são permitidos
Racool Studio/Freepik
Pode levar celular e relógio? Sim, mas durante a prova eles devem permanecer no envelope lacrado. Os equipamentos precisam ser desligados. Qualquer sinal sonoro emitido leva à desclassificação do candidato
Pixabay
De uma série de motivos responsáveis pela queda no número de inscrições, como o estabelecimento de regras muito rígidas para isenção de taxa, o superintendente acredita que a pandemia do coronavírus tenha sido o principal.
“O mais grave deles foi certamente o advento da Covid-19, que, em conjunto com uma forte crise econômica, dificultou enormemente o interesse e a participação dos estudantes no Enem, principalmente os mais vulneráveis”, diz.
Os resultados nos mostram um cenário de ampliação das desigualdades de oportunidades educacionais no país, e isso exige ações estruturais por parte dos governos e gestores públicos
Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na última quarta-feira (16) os dados do PIB das 27 unidades da federação. O PIB é o indicador que mede a riqueza produzida na economia. O levantamento mostra os efeitos do primeiro ano da pandemia, 2020. Alguns Estados tiveram redução na riqueza e perderam posições no ranking em relação ao ano anterior. Clique nas fotos para ver, por ordem decrescente, quais são os 10 estados mais ricos do país:
10º PARÁ
O estado da região Norte ultrapassou Pernambuco e agora é a décima maior economia do país, com PIB de R$ 215,9 bilhões. Na foto, o famoso mercado Ver-o-Peso, na capital Belém. O PIB de Pernambuco ficou bem abaixo, com R$ 193,3 bilhões em 2020.
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9º GOIÁS
O estado da região Centro-Oeste continua a ocupar o nono lugar, com crescimento do PIB de R$ 224,1 bilhões em 2020 ante R$ 208,7
bilhões em 2019. Na foto, a Cachoeira Loquinhas, no Parque Estadual da Chapada dos Veadeiros
Wikimedia Commons
8º DISTRITO FEDERAL
O Distrito Federal, que abriga a capital do país, Brasília, teve queda no PIB mas manteve seu lugar no ranking das unidades mais ricas da federação. O PIB do DF caiu de R$ 273,6 bilhões em 2019 para R$ 265,8 bilhões em 2020. Na foto, vista do Parque da Cidade
Renato Araújo/Agência Brasília
7º BAHIA
A primeira capital do Brasil manteve a sétima posição no ranking da riqueza e aumentou seu PIB, que passou de R$
293,2 bilhões em 2019 para R$ 305,3 bilhões em 2020. Na foto, vista do histórico Pelourinho, em Salvador
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6º SANTA CATARINA
O estado manteve a posição do ranking anterior. A sexta maior economia do país alcançou um PIB de R$ 349,3 bilhões em 2020, ante os R$ 323,3 bilhões do ano anterior. Na foto, o maravilhoso pôr-do-sol de Santo Antônio de Lisboa, bairro turístico e histórico da capital Florianópolis
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5º RIO GRANDE DO SULA pandemia derrubou a economia gaúcha para a quinta posição do ranking. O PIB caiu de R$ 482,5 bilhões em 2019 para R$ 470,9 bilhões em 2020. Na foto, a orla Moacyr Scliar, no Rio Guaíba, principal ponto turístico da capital gaúcha
Alex Rocha/Prefeitura Municipal de Porto Alegre
4º PARANÁO Paraná ultrapassou o Rio Grande do Sul e ocupa agora a quarta posição de estado mais rico do país. Seu PIB passou de R$ 466,4 bilhões em 2019 para R$ 487,9 bilhões em 2020. Na foto, o Museu Oscar Niemeyer, também conhecido como Olho de Niemeyer, por seu formato único, que fica na capital, Curitiba
3º MINAS GERAIS
Na terceira posição está Minas Gerais, com PIB de R$ 682,8 bilhões em 2020, superior aos R$ 651,9 bilhões de 2019. A Igreja da Pampulha (foto) fica na capital, Belo Horizonte
Leonardo Crizostomo
2º RIO DE JANEIROO estado da "Cidade Maravilhosa", que já foi uma das capitais
do país, ocupa a segunda posição no ranking da riqueza, mas a pandemia teve
efeito adverso sobre o PIB da região, que recuou para R$ 753, 8 bilhões em 2020,
ante de R$ 779,9 bilhões em 2019.
Arte R7
1º SÃO PAULO
São Paulo mantém a posição de estado mais rico do Brasil, com um PIB de R$ 2,387 trilhões em 2020, ante R$ 2,348 trilhões em 2019. A capital, São Paulo, está
entre as maiores cidades do mundo. Na foto, a Catedral da Sé, situada em frente
ao marco zero da capital paulista.
Itaci Batista/04.08.2009/AE
“Nesse período, uma das principais prioridades da educação era manter o vínculo do estudante com a escola. Mas como manter esse vínculo se grande parte dos estudantes não conseguia nem sequer ter internet e se, por outro lado, a situação em casa obrigava até os mais jovens a trabalhar em meio à crise econômica? Como esses estudantes poderiam sonhar com uma profissão dali a três, quatro anos, se a realidade da crise e da pandemia impunha a urgência de fazer um bico para ajudar em casa?”
Tudo leva a crer que os alunos que estudaram em 2020 e 2021 com as escolas fechadas, com um retorno às aulas presenciais em 2022, tenham sido os mais afetados do ponto de vista das desigualdades que a pandemia gerou: o agravamento da baixa autoestima desses jovens resultou num menor número de estudantes que têm como sonho ou objetivo frequentar a faculdade.
As provas que hoje são compostas apenas de redação e perguntas objetivas de múltipla escolha terão que absorver questões discursivas e interdisciplinares, cobrando habilidades mais de interpretação do que de conteúdo dos estudantes.
Como esses estudantes poderiam sonhar com uma profissão dali a três, quatro anos, se a realidade da crise e da pandemia impunha a urgência de fazer um bico para ajudar em casa?
Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco
O que são itinerários formativos? Como desenvolver um projeto de vida? As respostas para essas perguntas estão nas mudanças trazidas pelo novo ensino médio, que deve ser implantado nas escolas a partir de 2022. O novo currículo e o novo formato têm como objetivo aproximar os estudantes da realidade do mercado de trabalho e da tecnologia
Daniel Guimarães/EducaçãoSP/Divulgação
O primeiro ponto é entender o que são os chamados itinerários formativos, que começam a ser apresentados pelas escolas no ano que vem, mas só serão obrigatórios a partir de 2023. Segundo o MEC (Ministério da Educação), "os itinerários formativos são o conjunto de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo, entre outras situações de trabalho, que os estudantes poderão escolher no ensino médio. Os itinerários formativos podem se aprofundar nos conhecimentos de uma área do conhecimento (Matemáticas e suas Tecnologias, Linguagens e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas) e da formação técnica e profissional (FTP) ou mesmo nos conhecimentos de duas ou mais áreas e da FTP. As redes de ensino terão autonomia para definir quais itinerários formativos vão ofertar, considerando um processo que envolva a participação de toda a comunidade escolar"
Pxhere
A proposta é fortalecer o protagonismo dos estudantes, uma vez que possibilita que cada um escolha o itinerário formativo em que deseja aprofundar seus conhecimentos. Os alunos terão um currículo que contemple uma formação geral, orientada pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular), o que deve ocupar 60% da grade de aulas. Já os 40% restantes serão destinados aos itinerários formativos para o aprofundamento dos estudos em áreas de conhecimento ou em cursos técnicos. A meta é apresentar um currículo mais atrativo, aumentar o interesse pela escola e diminuir a evasão
Tomaz Silva/Agência Brasil
Segundo o MEC, aLDB (Lei de Diretrizes e Bases) inclui, no ensino médio, obrigatoriamente, estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia. Já o ensino de língua portuguesa e matemática será obrigatório nos três anos do ensino médio, assegurada às comunidades indígenas, também, a utilização das respectivas línguas maternas, independentemente da área de aprofundamento que o estudante escolher em seu itinerário formativo
Pixabay
O inglês é obrigatório desde o 6º ano do ensino fundamental até o ensino médio. Os sistemas de ensino poderão ofertar outras línguas estrangeiras se assim desejarem, preferencialmente o espanhol
Pixabay
Os estudantes também serão estimulados a desenvolver um projeto de vida. Cabe às escolas orientar os alunos a entender quais são os seus objetivos de vida e como segui-los
Wikimedia Commons
Com o novo ensino médio, os estudantes permanecerão mais horas na escola. Até 2024, serão 1.000 horas anuais, no total, 3.000 horas ao fim dos três anos. Na prática, cada ano letivo deve ter 200 dias, com, em média, cinco horas por dia
Seduc/Divulgação
“Essas mudanças trazem um desafio enorme para o Inep, que vai ter que dar conta de colocar o novo formato de pé, num curto período de tempo”, avalia Henriques.
“Até porque, mais importante do que os alunos ficarem decorando datas, por exemplo, é que eles tenham pensamento crítico, capacidade de solucionar problemas, que saibam diferenciar fato de opinião.”
E a crise chega ao Fies
Entre os anos de 2021 e 2022, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) teve uma redução de 27%, o que está diretamente ligado à queda no número de inscritos no Enem, de acordo com Rodrigo Bouyer, avaliador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e sócio da Young, empresa especializada em captar e auxiliar estudantes no ingresso a universidades.
“As pessoas faziam o Enem para melhorar a nota e conseguir o Fies e, assim, ter acesso ao ensino superior em instituições particulares. Mas, desde 2015, vemos menos investimento do governo no Fies, com menos contratos assinados com faculdades. É uma questão de política pública”, explica Bouyer.
Nesse cenário, o menor índice de parceria público-privada reduz a quantidade de vagas disponíveis para estudantes de baixa renda. Eles seguem procurando oportunidades, mas têm cada vez mais dificuldade para ingressar em cursos de graduação.
Na reta final para as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), marcadas para os dias 13 e 20 de novembro, saiba quais são os erros que podem zerar a redação e confira oito dicas de professores para escrever bem:
Lilartsy/ Unsplash
Não desvie do tema proposto: Fabrício Garcia, CEO da Qstione, edtech de sistemas de avaliação, alerta o estudante para que fique atento e desenvolva a redação baseando-se no tema proposto pela banca. 'Fugir dele pode ser fatal para o resultado', diz
Standret/Freepik
O texto precisa ser desenvolvido no formato dissertativo-argumentativo: a redação tem de apresentar uma proposta para solucionar a problemática do tema. 'O estudante deve argumentar de forma clara e defender o seu posicionamento. A estrutura desse tipo textual é composta de: uma tese, argumentos e, por fim, a ideia da intervenção', esclarece Garcia. Se o estudante apresentar outro tipo de texto, terá nota zero
Rovena Rosa/Agência Brasil
Cuidado com o plágio: a redação deve ser original, e o estudante precisa evitar todas as formas de plágio, como o próprio pastiche. Textos de apoio servem como um norte para a produção da redação, e jamais para copiar o que está ali
Valter Campanato/Agência Brasil - 28.11.2021
Evite estrangeirismos, abreviações e termos utilizados na internet: o estudante deve evitar palavras em outros idiomas, bem como abreviações e termos conhecidos apenas na internet. Isso não leva a um zero na redação, mas pode prejudicar a nota
Tim Gouw/ Unsplash
Cuidado com a extensão do texto: um dos requisitos exigidos é que a redação tenha entre sete e 30 linhas. "'Para conseguir uma boa nota, é preciso fazer um texto com mais de 20 linhas', avalia Garcia. Folhas em branco ou com menos de sete linhas anulam a redação
Kimberly Farmer/ Unsplash
Desenvolver o texto fora do local indicado: as redações que não estiverem na folha destinada a ela serão desconsideradas na hora da correção das provas, pois são avaliadas como 'em branco'. 'É preciso ficar atento quando for começar a escrever, pois, quando escrita no local errado, a redação não é aceita, e com isso o estudante acaba zerando a disciplina por desatenção’, alerta o professor João Filho, responsável pela disciplina de redação na plataforma Professor Ferretto
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Linguagem informal: nesse caso, quando as redações apresentarem impropérios, elas serão desconsideradas na correção. 'É importante que os textos sejam escritos em uma linguagem formal. Quando há qualquer tipo de palavras e/ou expressões grosseiras, inadequadas, desonrosas ou desenhos, a bancada avaliadora anula a redação', diz João Filho
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Assinar ou rubricar o espaço de redação: a folha de redação é totalmente destinada ao desenvolvimento do texto, não sendo permitido nenhum tipo de assinatura ou rubrica. 'Muitos participantes gostam de fazer anotações das provas, ou até mesmo resolver algumas contas, mas é preciso atentar para não acabar riscando a folha que é destinada à redação. O Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], responsável pela aplicação do exame, não permite rabiscos que não sejam o texto', resume João Filho. Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder