Em 11 de março de 2011, o terremoto mais poderoso da história do Japão foi seguido uma série de desastres que até hoje são sentidos no país. O tremor de 9.1 graus causou um tsunami com ondas de até 10 metros e explosões na usina nuclear de Fukushima.
Além dos quase 16 mil mortos e 2,5 mil desaparecidos, cerca de 300 mil moradores evacuaram a área às pressas. Hoje, oito anos depois do desastre, a administração local de Fukushima estima que 40 mil pessoas ainda não conseguiram voltar para suas casas.
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Um grupo 669 pessoas que moravam no distrito de Namie, a cerca de 10 quilômetros da usina, entrou com uma ação coletiva em 2015, para processar os responsáveis pelo acidente nuclear.
Moradores pedem pressa
Agora, eles pedem que o governo e a companhia elétrica Tokyo Electric, dona da usina, acelerem o trabalho de limpeza dos resíduos de radiação para poderem voltar para casa. Eles também pedem um aumento nas indenizações que vêm recebendo.
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Harue Sampei e sua família precisaram deixar sua casa em 2011 por causa do risco de contaminação. Eles passaram por oito abrigos diferentes ao longo dos anos. Desde 2017, passaram a morar na cidade de Fukushima, que fica mais distante da usina que Namie.
"Esperamos que o governo veja nossa situação. Não queremos perder nossa cidade, ela vai desaparecer um dia se não criarem condições para nossos filhos voltarem. Por isso pedimos que limpem a poluição nuclear o mais rápido possível", disse Sampei, em entrevista à agência Reuters.
Segundo ela, os filhos dos refugiados têm problemas para lidar com as consequências do acidente e da evacuação e chegam a sofrer bullying de outras crianças nas escolas.
"Eles têm dificuldade para falar sobre seu sofrimento", explicou ela. "Muitos querem voltar para casa, mas não têm permissõa. Espero que o governo não ignore nossos pedidos".
Como foi o terremoto
O terremoto aconteceu por volta das 14h45, no horário local, em 11 de março de 2011. Com intensidade 9.1 na escala Richter, o tremor foi tão forte que deslocou a ilha de Honshu — a maior do arquipélago que forma o Japão — cerca de 2,4 metros para o leste.
A força do terremoto chegou a deslocar até mesmo o eixo de rotação da Terra, segundo cientistas. A maior parte das mortes foi causada pelo tsunami: as ondas chegaram a invadir o território japonês a até 6 quilômetros da costa.
Os reatores da usina nuclear foram desativados no momento do terremoto, mas o tsunami danificou os geradores do sistema de resfriamento. Com isso, três reatores superaqueceram e explodiram, causando vazamento de material nuclear.