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'Acredite, ame e espere': filha pede ao pai que fugiu de prisão russa para não desistir

Alexei Moskalyov foi investigado pela polícia após menina ter feito desenho anti-guerra de mísseis russos caindo sobre ucranianos

Internacional|Maria Cunha*, do R7


Alexei Moskalyov foi colocado em prisão domiciliar e a filha dele foi levada para um orfanato
Alexei Moskalyov foi colocado em prisão domiciliar e a filha dele foi levada para um orfanato

A filha de 13 anos de um russo que fugiu para evitar ser enviado para uma colônia penal — uma espécie de campo de concentração para prisioneiros do país — disse a ele para não desistir e pediu para o pai "acreditar, amar e ter esperança".

"Oi, pai, eu realmente peço que você não fique doente e não se preocupe", dizia a carta escrita por Masha. "Está tudo bem comigo, eu te amo muito e sei que você não tem culpa de nada. Estou sempre do seu lado e tudo que você faz é certo."

Escrita em papel pautado, a carta terminava com "eu te amo" em inglês e as palavras "você é um herói" dentro de um coração.

Alexei Moskalyov, de 54 anos, foi investigado pela polícia em abril do ano passado devido a um retrato anti-guerra desenhado pela filha, então com 12 anos, na escola, mostrando mísseis russos caindo sobre uma mãe e filho ucranianos.

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O diretor da escola chamou a polícia, que começou a examinar as atividades online do homem e o multou por comentários críticos ao exército russo. Ele foi investigado pela segunda vez em dezembro passado por suspeita de desacreditar as forças armadas, uma infração que foi estabelecida logo após a Rússia invadir a Ucrânia no ano passado.

O caso vem repercutindo amplamente na Rússia e internacionalmente desde que o pai foi colocado em prisão domiciliar este mês e a adolescente foi levada para um orfanato.

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Moskalyov desapareceu de casa durante a noite da última terça-feira (28), horas antes de ser condenado a dois anos de prisão por desacreditar as forças armadas russas. O paradeiro atual do homem é desconhecido.

Um advogado de direitos humanos, Dmitry Zakhvatov, disse nesta quarta-feira (29) que o pai de Masha entrou em contato com ele e lhe enviou uma cópia de uma carta que a menina lhe escreveu do orfanato onde ela mora desde o início de março.

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O chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, defende Moskalyov. O fundador do exército privado que luta pela Rússia na Ucrânia chamou o veredicto do homem de "injusto, especialmente em vista do fato de que sua filha Masha será forçada a crescer em um orfanato".

Prigozhin pediu ao promotor que revisse o veredicto e também solicitou que os advogados associados a Wagner fossem autorizados a trabalhar com a defesa do prisioneiro.

O advogado de Moskalyov, Vladimir Biliyenko, disse à Reuters que era a favor de ambos os pedidos, mesmo que não tivesse certeza dos motivos de Prigozhin. "Estou pronto para aceitar qualquer ajuda que ajude meu cliente", disse ele.

Respondendo à pergunta de um repórter, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, deu a entender que Moskalyov era um péssimo pai e lamentou o que chamou de "situação muito deplorável em relação ao desempenho dos deveres parentais". Ele se recusou a comentar as palavras de Prigozhin.

A promotoria de Tula, ao sul de Moscou, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre o pedido de Prigozhin e sobre a investigação da fuga de Moskalyov.

Em uma curta mensagem de áudio misturada com palavrões, Prigozhin rejeitou com raiva a ideia de que ele foi motivado por "ambições políticas".

*Estagiária do R7, sob supervisão de Celso Fonseca

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