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Ataque ao Irã mira base militar, ‘raspa’ usina nuclear e ocorre no aniversário de líder supremo

Sistema de defesa aérea derrubou três veículos não-tripulados perto de Isfahan, mas país persa sinaliza que não responderá desta vez

Internacional|

Ataque a Isfahan ocorre no mesmo dia do aniversário do líder supremo, Ali Khamenei (Divulgação/Agência Estatal de Notícias do Irã – 19.04.2024)

O ataque da madrugada desta sexta-feira (19) contra o Irã usou drones, teve como alvo uma base militar perto de Isfahan, ocorreu no dia do aniversário de 85 anos do líder supremo do país persa, o aiatolá Ali Khamenei, e passou muito perto — sem atingir — de uma usina nuclear perto do quartel.

Supostamente, os drones pertencem a Israel, que ainda não se pronunciou sobre o episódio, e não há registro de vítimas. Porém, um funcionário graduado do Irã disse que o país até cogita ter sido alvo de um ataque interno, sem relação com Israel.

As informações são dos jornais Times of Israel e Jerusalem Post e da agência estatal de notícias do Irã, a Irna.

Os disparos desta sexta representam a terceira ofensiva entre Israel e Irã nos últimos dias e provocam calafrios na comunidade internacional por conta de uma escalada do conflito no Oriente Médio.

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Em 1º de abril, Israel atacou a embaixada iraniana em Damasco, na Síria, e matou comandantes da Guarda Revolucionária do Irã. O país persa respondeu no último sábado (13), com um maciço ataque de drones sem precedentes — Israel diz que derrubou mais de 300. Nesta sexta (19), supostamente, Israel respondeu com drones de novo. O Irã já sinalizou que não retaliará desta vez.

Veja abaixo o que se sabe sobre a ofensiva até agora:

Como foi o ataque?

O Irã acionou o sistema de defesa nas primeiras horas desta sexta-feira para abater drones lançados contra o território, que tinham como alvo específico uma base militar em Isfahan, a sudoeste e a 450 km da capital Teerã. Os barulhos das explosões ocorreram perto das 4h no horário local, de acordo com um oficial da Guarda Revolucionária do Irã ouvido pela Irna.

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O General de Brigada Siavash Mihandoost disse à agência de notícias iraniana que os militares abateram “objetos suspeitos” a leste de Isfahan. Não há registro de danos materiais ou vítimas, segundo o militar. A agência de notícias afirma que uma investigação preliminar mostra que a cidade e a província de Isfahan estão dentro da normalidade.

De onde partiram os drones?

Mísseis de longa distância, equipados com drones, foram lançados a partir de caças. Essa estratégia mostra como é possível evitar os radares de Teerã e, supostamente, pode ser repetida a qualquer momento, destacou o Jerusalem Post.

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Leia mais:

Quantos drones foram usados?

Imprensa do Irã mostra Isfahan, suposto alvo de drones, em clima de normalidade (Divulgação/Agência Estatal de Notícias do Irã – 19.04.2024)

A agência espacial do Irã informou que as baterias antiaéreas derrubaram três drones, supostamente lançados por Israel. “Eles [Israel] disseram que disparamos 500 drones e mísseis suicidas… agora eles respondem com três desses quadricópteros, todos abatidos”, escreveu o porta-voz da agência espacial iraniana, Hossein Dalirian, no X, em tom de provocação.

“Eles dizem que não informaram a América antes”, acrescentou ele com emojis de sorrisos, num aparente golpe às recentes tensões nas relações entre Israel e os Estados Unidos em meio à guerra em curso em Gaza.


Quais foram os alvos dos drones?

Supostamente, os drones tinham uma base militar como alvo e teria atingido a planta, segundo três militares iranianos em contato com o jornal The New York Times.

Esses oficiais, porém, não informaram qual país originou o ataque, segundo Times of Israel. Mas dois militares israelenses disseram ao jornal americano que o país está por trás dos disparos.

Alguma planta nuclear foi atingida?

O ataque desta madrugada ocorreu muito perto de uma usina nuclear de Isfahan, mas não acertou o local, segundo a imprensa local iraniana. Os reatores estão “completamente seguros” depois das explosões ouvidas por perto. Portanto, não há vazamento de material radioativo.

“As instalações nucleares na província de Isfahan estão completamente preservadas”, adverte a agência de notícias Tasnim citando “fontes confiáveis”. A informação é do Times of Israel.

Porém, fontes ouvidas pelo diário israelense Jerusalem Post entenderam que o ataque mostra precisão e uma ameaça à vulnerabilidade do Irã em se defender. “O recado foi inequívoco: nós decidimos não acertar sua usina nuclear desta vez, mas poderíamos ter feito muito pior aqui.”

Por que o suposto ataque ocorreu nesta sexta?

Não há uma relação direta entre o suposto ataque e a data da ofensiva. Porém, o diário Times of Israel destacou que os disparos com drones ocorre no dia em que o Líder Supremo do Irã, Ali Khamenei, comemora seu 85º aniversário.

Khamenei, que comanda o país persa desde 1989, é o governante há mais tempo no cargo no Oriente Médio.

O Irã responderá o suposto ataque de Israel?

Um alto funcionário iraniano disse ao Times of Israel nesta sexta-feira que o país persa não tem planos de retaliação imediata contra Israel. Isso porque o ataque a Isfahan, ao sudoeste de Teerã, teria sido muito mais um sinal ao invés de um atentado para causar danos ou mortes.

O iraniano, inclusive, levantou dúvidas sobre se Israel estava por trás do ataque em Isfahan, apesar dos comentários de alguns políticos israelitas aceitarem praticamente a responsabilidade. Existe, inclusive, a possibilidade de o Irã ter sofrido um ataque interno.

“A origem estrangeira do incidente não foi confirmada”, disse a autoridade iraniana sob condição de anonimato. “Não recebemos nenhum ataque externo e a discussão tende mais para infiltração do que para ataque.”

Na maioria dos comentários oficiais e reportagens, não houve menção a Israel, e a televisão estatal transmitiu analistas e especialistas que pareciam desconsiderar a ofensiva.

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