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Avaliação da guerra na Ucrânia e espionagem: o que se sabe sobre documentos vazados do Pentágono

Arquivos revelam as opiniões de Washington sobre a guerra na Ucrânia e indicam a coleta de dados de inteligência de aliados

Internacional|Do R7, com informações da AFP


Ilustração mostra o suspeito pelo vazamento refletido em uma imagem da sede do Pentágono
Ilustração mostra o suspeito pelo vazamento refletido em uma imagem da sede do Pentágono

Documentos altamente confidenciais do Pentágono, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, foram vazados na internet e criaram grande preocupação entre as autoridades americanas. Nesta quinta-feira (13), o FBI prendeu o suspeito pelo vazamento, identificado como Jack Teixeira, de 21 anos, membro da Guarda Aérea Nacional de Massachusetts e especialista em tecnologia da informação e comunicação. Ele havia sido identificado anteriormente pelo The New York Times como o líder de um grupo no Discord, plataforma online de troca de mensagens em que os arquivos foram vazados nos últimos meses.

Os documentos — pelo menos 50 e talvez mais de 100 — vieram à tona em março deste ano, inicialmente em um grupo no Discord e depois espalhados pela internet e republicados em diversos sites. Muitos deles já não estão mais disponíveis, e os Estados Unidos seguem trabalhando para retirar todos eles do ar.

Autoridades ainda não confirmaram a autenticidade do material. Também não foi possível verificar de maneira independente se eles são verídicos.

Segundo a agência de notícias AFP, os arquivos revelam as opiniões de Washington sobre a guerra na Ucrânia e parecem indicar a coleta de dados de inteligência de aliados próximos de Washington, como a Coreia do Sul. O governo sul-coreano afirmou que as acusações de espionagem eram "mentiras sem sentido" e pretende cobrar explicações sobre o caso.


O que dizem os documentos?

Um dos documentos faz um balanço do conflito na Ucrânia em 1º de março, uma semana depois do primeiro aniversário dos combates, e avalia as perdas de vidas da Rússia entre 35 mil e 43,5 mil pessoas, frente as 16 mil a 17,5 mil da Ucrânia. Moscou também teria perdido mais de 150 aviões e helicópteros, e Kiev, mais de 90.

Em outra versão do arquivo, aparentemente modificada digitalmente, consta que as perdas ucranianas seriam maiores do que as russas, o que não é verdade. Essa versão parece confirmar os temores do Pentágono, de que esse vazamento poderia "alimentar potencialmente a desinformação".


Dois documentos datados de 28 de fevereiro detalham o preocupante estado das defesas aéreas ucranianas, que tiveram que se defender sistematicamente contra os ataques russos e impediram que Moscou obtivesse controle do espaço aéreo. Cálculos revelam que a capacidade de Kiev para manter defesas aéreas de médio alcance para proteger a linha de frente "se reduzirá a zero até 23 de maio". O texto enumera possíveis soluções, como: o reabastecimento com munições de aliados e parceiros, no curto prazo; e o pedido de contribuições de sistemas de defesa aérea ocidentais, no médio prazo.

Um arquivo sem data mostra que o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, teria lamentando, em 28 de fevereiro, diante de seu mais alto general, que o Exército ucraniano não teve mísseis de longo alcance que permitiriam atacar diretamente as forças inimigas em território russo. Ele, então, sugeriu realizar um ataque assim usando drones.


Outro documento, também sem data, relata uma conversa em 1º de março entre dois funcionários da Coreia do Sul. Eles temiam que fornecer a munição que os Estados Unidos enviaram à Ucrânia violaria a política da Coreia do Sul de não fornecer ajuda letal a países em guerra. Um dos funcionários sugeriu, então, uma forma de contornar a situação, vendendo munição para a Polônia.

Por fim, um arquivo de 27 de fevereiro analisa os voos de vigilância do mar Negro por parte dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Otan entre o fim de setembro e o fim de fevereiro em que se utilizam drones e aviões tripulados. Cerca de duas semanas depois da data desse documento, Washington acusou o Exército russo de interceptar um dos seus drones sobre o mar Negro e destruí-lo. Moscou negou ter feito isso.

O presidente de Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira (13) estar "preocupado" com o vazamento de documentos, mas pareceu descartar qualquer risco imediato. Na segunda-feira (10), o Pentágono disse que o vazamento representa um risco "muito grave" para a segurança nacional dos EUA.

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