Dois pais foram presos na quinta-feira (26) e sentenciados a 4 meses de prisão por terem participado do esquema de fraude na admissão de universidades de elite nos Estados Unidos.
O primeiro pai preso foi Stephen Semprevivo, um empresário de Los Angeles, na Califórnia, que pagou mais de R$ 1,6 milhão para garantir a entrada do filho, Adam, na Universidade de Georgetown como um recruta no time de tênis.
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Quando a universidade descobriu a farsa, eles disseram que iriam expulsar o menino, e Stephen ameaçou processar a faculdade para garantir que o filho continuasse matriculado.
Segundo o jornal Boston Globe, Semprevivo disse que “decepcionou todo mundo” durante o julgamento. “Eu mereço ser punido. Estou completamente arrependido”, disse.
Porém, o lamento não o inocentou. Semprevivo foi sentenciado a 4 meses de prisão, mas procuradores federais pediram 13 meses preso e uma fiança de R$ 395 mil.
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Eles destacaram que o suborno pago por ele em 2016 foi um dos maiores descobertos no esquema de fraudes e que ele sabia que o dinheiro iria para William “Rick” Singer, o consultor responsável, e não para “caridade”, como alegou.
Os advogados de Semprevivo reforçaram que ele estava completamente arrependido e pediram que ele fosse sentenciado a prisão domiciliar e servisse 2 mil horas de serviço comunitário.
Além da prisão, ele também terá que pagar uma fiança de R$ 400 mil e servir dois anos de liberdade supervisionada e 500 horas de serviço comunitário.
"Só queria o melhor para meu filho"
Outro pai, Devin Sloane, foi preso depois de pagar mais de R$ 1 milhão em suborno para garantir a entrada do filho no time de polo aquático da Universidade do Sul da Califórnia.
Segundo o jornal The New York Times, ele comprou o equipamento de polo pela internet e pediu para o filho posar na piscina da família. Depois, ele pagou um designer gráfico para editar a fotografia, para fazer com que o filho se passasse por um jogador real de polo aquático.
O menino nunca havia jogado antes no ensino médio, e o pai alegou que ele treinava durante as férias, na Itália.
Sloane se declarou culpado, assim como a atriz Felicity Huffman, que foi sentenciada a 14 dias de prisão, depois de admitir ter pago cerca de R$ 62 mil para fraudar as notas no teste admissional da filha.
Os procuradores alegaram que Sloane devia servir um ano e um dia na cadeia e disseram que ele era um “entusiasta” do esquema de fraudes. Eles disseram que ele ficou chocado quando foi perguntado sobre experiências anteriores do filho com o esporte.
Os advogados de defesa pediram por 2 mil horas de serviço comunitário para as Olimpíadas Especiais e uma fiança, mas sem servir nenhum tempo preso. Nathan J. Hochman, o advogado, alegou que o cliente era um “bom homem que cometeu um erro” e que William Singer era manipulador e havia convencido Sloane que o esquema era uma boa ideia.
Para o juiz, o empresário disse que “não há palavras que justifiquem o meu comportamento” e reforçou estar arrependido, mas que só queria fazer o melhor pelo filho.