Logo após a oficialização da morte do líder venezuelano Hugo Chávez, na terça-feira (5), comentários apaixonados em defesa ou contra o legado deixado pelo governante se espalharam pelas redes sociais e mídias do mundo inteiro.
Observando de perto os números socioeconômicos da Venezuela é possível verificar que o país sofreu uma grande transformação sob o regime chavista. Por outro lado, percebe-se que o nível de violência nacional aumentou, atingindo os padrões de outras nações latino-americanas. Outro fator negativo em relação aos 14 anos dessa gestão é o fato de que os venezuelanos hoje estão mais dependentes da venda do petróleo do que antes.
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As reformas sociais aplicadas e muitas vezes veneradas pela população pobre da Venezuela realmente surtiram efeito e provocaram uma revolução social. Conforme analisado pela Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe da ONU), a porcentagem de venezuelanos que se encontrava abaixo da linha da pobreza em 1999 — quando Chávez assumiu o poder — atingia quase metade da população (49,4%), enquanto que, em 2012, este número caiu para 29,5%. No mesmo período o desemprego foi reduzido de 14,9% para 5,9%, e a desigualdade social — medida pelo índice GINI — diminuiu a um dos níveis mais baixos da região.
Porém, os críticos de Chávez apontaram que os 14 anos de chavismo prejudicaram algumas áreas da sociedade. Por exemplo, a violência no país se agravou, e o número de homicídios saltou de 4.500 em 1999 para 21,6 mil em 2012.
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A oposição venezuelana também alega que apesar do crescimento econômico do período chavista, a Venezuela hoje está mais dependente do petróleo para manter o crescimento. Em 1999, o principal produto de exportação nacional, o petróleo, representava 75% das exportações do país, enquanto que, atualmente, o produto dominou quase toda a pauta de comércio da Venezuela, atingindo 95% das vendas venezuelanas para o exterior.
Veja abaixo a tabela com dados sobre o período da gestão de Chávez na Venezuela: