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Macron espera 'iniciar desescalada' de crise entre Rússia e Ucrânia

Em encontro com presidente russo, francês afirmou que momento exige que líderes europeus sejam 'extremamente responsáveis'

Internacional|

Vladimir Putin (à esq.) em encontro com Emmanuel Macron (à dir.)
Vladimir Putin (à esq.) em encontro com Emmanuel Macron (à dir.) Vladimir Putin (à esq.) em encontro com Emmanuel Macron (à dir.)

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta segunda-feira (7), em um encontro com o colega russo, Vladimir Putin, que deseja "iniciar uma desescalada" da crise entre a Rússia e a Ucrânia.

"Nosso continente está hoje em uma situação muito crítica, o que nos obriga a ser extremamente responsáveis", disse Macron, sentado em uma ponta de uma longa mesa branca no salão do Kremlin e a vários metros de Putin.

O líder francês, cujo país ocupa a presidência rotativa da União Europeia, é o primeiro líder ocidental de alto nível a se encontrar com o presidente russo desde que as tensões aumentaram, em dezembro. Nesta terça-feira (8), ele se reunirá com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. 

Na semana que vem, será a vez de o chanceler alemão, Olaf Scholz, se encontrar com Putin. Nesta segunda-feira, Scholz iniciou uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Washington, que disse estar atuando "em concertação" com Berlim diante das "agressões" russas.

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Também em Washington, o titular de Relações Exteriores da União Europeia, Josep Borrell, garantiu que a Europa atravessa o "momento mais perigoso" para a sua segurança desde o fim da Guerra Fria.

Os Estados Unidos dizem que Moscou tem 110 mil soldados mobilizados perto da fronteira ucraniana e está a caminho de adicionar 150 mil soldados a esse contingente para lançar uma invasão em meados de fevereiro.

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Moscou nega que planeja invadir seu vizinho, mas afirma que quer garantias de segurança para diminuir as tensões.

Evitar a guerra

"A discussão pode iniciar uma desescalada", declarou Macron. Segundo o presidente, essa "resposta útil" deve "evitar a guerra" entre a Rússia e a Ucrânia e "construir elementos de confiança, estabilidade, visibilidade para o mundo inteiro".

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Por sua vez, Putin, que saudou os esforços franceses, disse ter "a mesma preocupação" relacionada à segurança na Europa.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmara pela manhã que Macron havia prometido vir "com ideias visando uma distensão", antes de dizer que a situação era "muito complexa para que se esperasse um progresso decisivo após uma única reunião".

No avião para Moscou, o presidente francês havia explicado que o objetivo do encontro era "reduzir o campo de ambiguidade para ver onde estão os pontos de divergência e convergência".

Em seu diálogo com Putin, ele insistiu que a posição francesa era "coordenada" com a dos aliados europeus e americanos. Moscou está buscando garantias da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de que a Ucrânia não se juntará ao grupo e quer que o bloco retire suas forças dos países-membros do Leste Europeu.

Nada sem os ucranianos

Os ocidentais rejeitam essas exigências e propõem, para acalmar as preocupações russas, gestos de confiança como visitas recíprocas a instalações militares ou medidas de desarmamento. Algumas medidas "positivas", mas "secundárias", segundo Moscou.

Nesta segunda-feira, em entrevista coletiva com sua colega alemã, Annalena Baerbock, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, acusou a Rússia de querer "criar uma lacuna entre a Ucrânia e seus parceiros". 

Um pouco antes, Kuleba tinha assinalado que Kiev não mudaria suas "linhas vermelhas": "sem concessões em todo o território" e "uma retirada duradoura das forças russas da fronteira ucraniana e dos territórios ocupados".

Macron prometeu que nenhum "compromisso sobre a Ucrânia sem os ucranianos" seria firmado.

A Rússia já invadiu parte da Ucrânia em 2014, quando anexou a península da Crimeia, após a revolta pró-Ocidente em Kiev. As sanções internacionais contra Moscou não tiveram efeito na linha do Kremlin.

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Desde 2014, separatistas pró-Rússia, apoiados por Moscou, lutam contra o Exército ucraniano no leste do país. Vários acordos de paz, mediados por Paris e Berlim, permitiram a interrupção dos combates, mas a resolução política do conflito está paralisada.

O chefe da diplomacia alemã lembrou a Kiev que os países ocidentais vão impor fortes sanções econômicas à Rússia se esta decidir invadir a Ucrânia, mesmo que possam afetar a Alemanha. "Estamos dispostos a pagar um alto preço econômico, porque é a segurança da Ucrânia que está em jogo", disse.

Paralelamente ao destacamento diplomático, a Alemanha anunciou um reforço do seu contingente na Lituânia, com o envio de 350 militares adicionais, e o Reino Unido informou que enviará 350 soldados à Polônia.

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