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Medo de hostilidade deve refrear compra de imóveis de brasileiros nos EUA: "Momento é de cautela", diz consultor

Postura do governo Trump em relação a imigrantes provoca dúvidas no mercado

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7


Miami é um do locais preferidos pelos brasileiros nos EUA
Miami é um do locais preferidos pelos brasileiros nos EUA

A chegada de Donald Trump ao poder deverá servir, neste momento, para refrear o ímpeto dos brasileiros em comprar imóveis nos Estados Unidos. A postura do novo presidente em relação a questões da imigração deverá fazer com que este tipo de investimento brasileiro seja feito com maior cautela, pelo menos até o fim do primeiro semestre deste ano, segundo o consultor em empreendedorismo César Souza, fundador do Grupo Empreenda.

Para ele, a onda avassaladora que tomou conta do mercado imobiliário americano, principalmente em regiões como a Flórida e Nova York, deverá ser momentaneamente interrompida, diante da dúvida dos brasileiros em relação às novas diretrizes do governo. E uma das principais ressalvas do consultor é em relação a uma possível onda de hostilidade dos chamados americanos tradicionais, em relação a pessoas vindas de outros países da América Latina.

— Vai haver um período de cautela, em relação à compra de imóveis por brasileiros, tanto pelos aspectos de segurança no país, que poderão ser complicados, com possíveis retaliação de grupos radicais, quanto em relação à receptividade que estrangeiros vão ter perante o americano tradicional. Não sei se vai ter muita gente que vai querer compar uma casa em Miami, Washington ou Nova York para ser vizinho de um americano clássico, com o risco dele ficar olhando atravessado para o novo morador, por este ser estrangeiro.

Souza, formado em administração de empresas, morou nos Estados Unidos por cerca de 10 anos e afirma já ter visto diferentes momentos em relação à receptividade a estrangeiros no país.

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— Conheço um pouco da cultura americana, morei no país no tempo do Bill Clinton (1993-2001) , em uma época que havia perspectiva para os estrangeiros. Quando o George Bush, filho, (2001-2009) entrou mudou muito o clima. Com os republicanos nos oito anos seguintes foi uma situação difícil, o americano tradicional já não olhava para estrangeiro da mesma forma. Então veio o governo do Barack Obama (2009-2017) e com ele a volta do clima de maiores tolerância, cordialidade e grau de confiança. As pessoas se sentiam mais seguras em comprar imóveis em Nova York e Miami, sentiam que iriam se dar bem.

O consultor acredita que os próximos seis meses serão um período de análises da nova política, na busca do público em entender as repercussões de decisões de Trump, como a taxação de produtos mexicanos em cerca de 20% para a importação.

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— Quem tem imóvel nos Estados Unidos precisa deixar o tempo passar para saber se vai valorizar, ver o que vai acontecer. Mesmo diante de toda a celeuma que foi a chegada do Trump, a bolsa americana subiu, talvez seja até bom, se a pessoa não quiser ir mais para os Estados Unidos, vender enquanto está em alta.

Investimento no país

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Segundo a Real Capital Analytics Inc., a compra de imóveis americanos por estrangeiros vinha aumentando, tendo chegado a US$ 87,3 bilhões em 2015, bem acima dos US$ 5 bilhões no fim de 2009. Os brasileiros pagavam em média, em Miami, US$ 450 mil (cerca de R$1,42 milhão) e em Orlando o valor médio era de de US$ 250 mil (em torno de R$ 790 mil), de acordo com estudo da imobiliária Lello neste período.

Em 2015, os brasileiros ocupavam o 4º lugar entre os estrangeiros que mais investiam em imóveis nos Estados Unidos e o 1º lugar entre os que mais compravam imóveis no sul da Flórida, segundo dados da Investir USA Expo (São Paulo).

Pedro Castillo, corretor da imobiliária Talent, na Flórida, muito voltada para compradores brasileiros, admitiu que pode haver um receio com a chegada de Trump, mas não considera que isso já esteja afetando as vendas de imóveis para brasileiros.

— Por enquanto não afetou, houve alguns clientes preocupados que tocaram no assunto, perguntaram se algo ia mudar. Existe uma mínima preocupação, mas nada demais.

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Castillo explica que há a possibilidade de um brasileiro investir em imóveis nos Estados Unidos mesmo sem nunca ter ido ao país. Isso ocorre quando o investimento é pago à vista.

— Depende da compra, quem financiar o imóvel precisa estar no país pelo menos uma vez durante o período da compra para assinar a papelada. Mas se a compra for à vista, não precisa nem estar presente. Tanto para financiar e para comprar à vista não é necessário ser cidadão americano, só é preciso ter visto e passaporte válidos, não importa se seja turista ou estudante, entre outros.

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