Preocupações russas devem ser levadas a sério, diz China aos EUA
Tensão na fronteira da Ucrânia com a Rússia foi o ponto principal de uma conversa entre os chefes de diplomacia das duas potências
Internacional|Do R7
![Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China, acena em entrevista coletiva em Tóquio](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/I7QPGBVA7FLY5PSBE25K3MGJKI.jpg?auth=b56c33557f329b4d1b2d63d85ff445a78379276664d9f2f0e263604f658c1762&width=766&height=514)
A China pediu nesta quinta-feira (27) ao governo dos Estados Unidos que as preocupações de segurança da Rússia a respeito da crise na Ucrânia sejam levadas a sério, durante uma ligação entre os chefes de diplomacia das duas potências.
Na conversa, o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, também exigiu do secretário de Estado Antony Blinken que Washington "pare de interferir" nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim e "pare de brincar com fogo" na questão de Taiwan.
A ligação, a poucos dias da cerimônia de abertura dos Jogos de Inverno, abordou principalmente a crise na Ucrânia, onde a presença de dezenas de milhares de tropas russas na fronteira provocam temor de uma invasão.
O Kremlin nega ter intenções hostis e justifica a mobilização de seu exército pela preocupação com sua segurança ante a possível expansão da Otan para a antiga zona de influência de Moscou.
"As preocupações razoáveis de segurança da Rússia devem ser levadas a sério e resolvidas", declarou Wang Yi, de acordo com o comunicado divulgado pelo ministério chinês. "A segurança regional não pode ser garantida pelo fortalecimento ou, inclusive, a expansão dos blocos militares."
"Todas as partes deveriam abandonar completamente a mentalidade da Guerra Fria e formar um mecanismo de segurança europeu equilibrado, efetivo e sustentável por meio de negociações", insistiu o ministro.
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Ao mesmo tempo, Blinken advertiu o colega chinês para "os riscos econômicos e de segurança global que representa uma agressão da Rússia contra a Ucrânia e concordou que a desescalada e a diplomacia são a maneira responsável de proceder", disse seu porta-voz, Ned Price.
O ministro chinês aproveitou a conversa para advertir o governo dos Estados Unidos contra sua postura a respeito dos Jogos Olímpicos de Pequim, que foi afetada pela rivalidade entre as duas potências e as acusações de violações dos direitos humanos na China.
Estados Unidos e outros países aliados anunciaram um boicote diplomático aos Jogos por essa questão, especialmente pela repressão à minoria muçulmana uigur na região de Xinjiang.
"A prioridade mais urgente agora é que os Estados Unidos parem de interferir nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim", disse Wang. O ministro também pediu que seu colega "pare de brincar com fogo" com Taiwan, uma fonte de grandes tensões entre as duas potências.