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Quem é a primeira mulher a se tornar presidente na Etiópia

Diplomata de carreira pelo país e com atuações importantes na ONU, a presidente Zewde ocupa um cargo simbólico, mas inspira mudanças

Internacional|Beatriz Sanz, do R7


Zewde será presidente até 2021
Zewde será presidente até 2021

A diplomata Sahle-Work Zewde tornou-se a primeira mulher a ser escolhida como presidente da Etiópia na semana passada. Na organização do país, este cargo tem mais uma importância simbólica e o governo é, na prática, conduzido pelo primeiro-ministro.

Zewde não cuidará das relações com outros países, por exemplo. Apesar disso, sua nomeação já é vista como um passo importante.

A presidente assume o cargo após uma renúncia sem muitas explicações de seu antecessor, Mulatu Teshome. Seu mandato dura até 2021 e pode ser renovado por seis anos.

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Para a professora de Relações Internacionais da USJT (Universidade São Judas) Carolina Ferreira Galdino, a presença de uma mulher em um cargo tão importante pode inaugurar uma tendência de mulheres em espaços de poder no continente. Atualmente, Zewde é a única chefe de Estado mulher em toda África.

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Galdino lembra que a sociedade etíope tem suas particularidades, estando organizada de uma forma “extremamente patriarcal e com uma fragmentação étnica significativa”.

Assim, a escolha de Zewde para ocupar este cargo não vem por acaso, já que a presidente tem mais de três décadas de serviços diplomáticos e humanitários. “Embora ela vá ocupar um cargo simbólico, politicamente ela é bastante expressiva”, lembra.

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Carreira diplomática

Zewde nasceu em Adis Abeba, capital do país em 1950. Ela estudou na França e começou a servir como diplomata pela Etiópia em 1989, tendo trabalhado em países como a França, o Marrocos, Cabo Verde e Tunísia.

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Antes de ser indicada para a presidência, Zewde estava atuando como Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a União Africana, um cargo de extrema importância diplomática em todo o continente.

A atual presidente etíope também serviu como Chefe da Missão da ONU na República Centro-Africana.

Galdino, que é Mestre e Doutora em Relações Internacionais e especialista em países africanos, considera que sua atuação foi determinante para que ela fosse escolhida para ocupar o cargo. “Há muito tempo, ela vem desempenhando funções importantes na ONU. [A presidente] tem uma carreira diplomática extremamente consolidada”, diz. 

Mulheres com poder na África

Ao contrário da visão que se tem no ocidente, muitos países africanos estão comprometidos com a igualdade de gênero.

Abiy Ahmed, o primeiro-ministro da Etiópia, implementou uma reforma ministerial igualitária e indicou diversas mulheres para pastas importantes em seu governo. 

A nova ministra da Defesa é Aisha Mohammed, que até então ocupava a pasta da Construção. Já a ex-parlamentar Muferiat Kamil é a ministra da Paz, um cargo recém-criado que irá cuidar das Agências de Segurança e de Inteligência do país.

O governo de Ahmed tem investido muito na paz na região. Ele já fez as pazes com a Eritreia, um país vizinho com quem a Etiópia havia cortado relações há 18 anos. O governo também sinalizou negociações com os grupos armados do país.

Na última quinta-feira (1), o Congresso etíope aprovou a indicação de Meaza Ashenafi para ocupar uma vaga na Suprema Corte do país. Ashenafi também foi indicada por Ahmed.

“Se [a Etiópia] é uma sociedade patriarcal e mulheres passam a ocupar cargos de extrema relevância, isso mostra uma mudança significativa”, resume Galdino.

Ainda assim, o país lida com problemas como um grande número de deslocados por conflitos étnicos e o aumento da desigualdade.

Em Ruanda, a igualdade de gênero é prevista na Constituição. As mulheres devem ter oportunidades iguais na posse de terras e na educação.

Com medidas de ação afirmativa, Ruanda conseguiu eleger o Parlamento mais feminino do mundo. No país, as mulheres são 61,3% das parlamentares.

Veja também: Familiares se reúnem após primeiro voo entre Etiopia e Eritreia

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