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Após 6 meses, TJ ainda não decidiu sobre processo dos voos de Aécio

Justiça extinguiu processo em abril do ano passado, mas MP recorreu para que ex-governador seja condenado a ressarcir R$ 11,5 milhões ao erário

Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas

Aécio aguarda manifestação do Tribunal de Justiça
Aécio aguarda manifestação do Tribunal de Justiça Aécio aguarda manifestação do Tribunal de Justiça

Após seis meses do recurso do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), o Tribunal de Justiça ainda não decidiu se reabre ou arquiva o processo contra o deputado federal Aécio Neves (PSDB) no caso dos voos em aeronaves oficiais do Estado quando ele foi governador.

O MPMG pede que ele seja condenado a devolver aos cofres públicos R$ 11,5 milhões pelas viagens sem interesse público. A investigação foi instaurada depois que a Record TV Minas revelou a relação de voos de Aécio, de 2003 a março de 2010, com base em informações obtidas pela Lei de Acesso à Informação.

O recurso foi recebido pelo TJ em 13 de janeiro deste ano, seis meses atrás e ainda sem apreciação. O processo foi distribuído ao desembargador Belizário de Lacerda. Na apelação, o MP alega que Aécio agiu de forma "flagrantemente dolosa" ao utilizar do cargo para realizar 1.337 voos "para fins particulares". Cita 116 deslocamentos para o município de Cláudio, onde Aécio possui fazenda, 138 voos para o Rio de Janeiro, onde ele tem residência e costumava passar os fins de semana quando era governador.

"Logo, é de clareza diamantina que o apelado, se houvesse se portado conforme determina a lei, se não tivesse utilizado, intencionalmente, as aeronaves do Estado para fins particulares, o ilícito, o evento danoso não ocorreria, ou seja, o apelado agiu, a todas as luzes, com autêntico dolo direto, e não com falta de diligência, falta de cuidado ou falta de prevenção", diz, trecho do recurso.

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Em abril do ano passado, a Justiça de primeira instância em Belo Horizonte extinguiu a ação de improbidade administrativa alegando prescrição e que não houve dolo por parte do tucano. Dois meses antes, o mesmo juízo da capital havia acolhido a ação, tornado Aécio réu e determinado o bloqueio de bens do parlamentar no valor de R$ 11,5 milhões para ressarcir os cofres públicos.

AGE criticou recurso

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Em janeiro deste ano, A AGE (Advocacia Geral do Estado) de Minas se posicionou contra recurso. No parecer em defesa de Aécio, a AGE criticou o MPMG e afirmou que a realização dos voos tem respaldo em decreto do governo estadual. O órgão, vinculado ao Governo do Estado, classificou de "irrazoável", "bizarro" e "desproporcional" a tentativa de condenar o ex-governador.

Para a AGE os voos foram feitos "de acordo com a respectiva finalidade, sem qualquer censura prévia pelos órgãos de controle, de forma pública, notória e transparente." Ainda segundo a AGE, não houve má-fé.

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"Não se trata de conduta dolosa pois os atos foram praticados com base em regulamentação pré-existente, vale dizer, decreto cuja validade não foi questionada e que continua a regulamentar o uso das aeronaves desde então, contexto em que o dolo é afastado".

Outro lado

Em nota, o TJMG informou que foi cumprida, hoje, uma diligência de juntada de manifestação do MPE e que o caso está concluso para o relator do recurso, desembargador Belizário de Lacerda. Em nota emitida na época da apelação, a assessoria do deputado federal Aécio Neves afirmou que os voos "ocorreram dentro das normas legais e com absoluta transparência".

Confira a nota na íntegra:

O recurso é ato rotineiro e esperado. A justiça já atestou o equívoco da iniciativa do representante do MP ao extinguir o inquérito. Os voos ocorreram dentro das normais legais e com absoluta transparência. Ao contrário do que afirma o MP, os registros nunca estiveram sob sigilo, tendo sido do ex-governador Aécio Neves a decisão de manter as informações sobre passageiros e trajetos devidamente registradas . O decreto que regulamenta os voos é de conhecimento público há cerca de 20 anos e nunca foi questionado pela instituição.

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