Cruzeirenses acusados de matar torcedor atleticano serão julgados nesta terça (09) em BH
Dupla responde por 9 tentativas de homicídio e um homicídio consumado; Mateus de Freitas, de 20 anos, não resistiu ao ataque
Minas Gerais|Túlio Lopes, da Record TV Minas
Acontece, na manhã desta terça-feira (9), o julgamento de dois integrantes de uma torcida organizada do Cruzeiro, suspeitos de atacarem um coletivo com torcedores atleticanos no dia 28 de novembro de 2022. O ataque aconteceu na marginal do Anel Rodoviário, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, e terminou com um torcedor atleticano morto e seis feridos.
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De acordo com a Polícia Militar, o coletivo da linha 6350 passava pelo bairro das Indústrias, quando os suspeitos, que estariam em um carro branco, teriam atacado o veículo com pedras, pedaços de madeira, rojões e bombas caseiras. João Paulo Souza e um amigo estavam em pé no ônibus no momento do acontecido.
"O colega falou 'João, uma bomba'. Só que quando o João abaixou, a bomba caiu entre a mulher [passageira] e ele. Então, pegou mais nele porque ficou no rumo da bomba", conta a mãe da vítima Sheila Magalhães. O jovem teve queimaduras graves, de segundo grau, em 34% do corpo e precisou passar por cirurgias. Sheila conta que o jovem ficou muito abalado com o ataque.
"Tinham trabalhadores dentro do ônibus, que não tinham nada a ver com futebol. Todos foram atingidos. Eu acho que é um absurdo, isso tem que parar", conclui a mãe de João Paulo.
Além de João Paulo, outras sete pessoas ficaram feridas e foram levadas à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Barreiro. Mateus de Freitas, de 20 anos, não resistiu ao ataque e morreu.
Walker Marcelino Gouveia Lopes e Gustavo Luiz da Silva serão julgados por 9 tentativas de homicídio e um homicídio consumado.
Após o ataque
Apesar de fugirem depois do crime, os seis suspeitos, com idades entre 20 e 26 anos, foram presos. Com os criminosos, a Polícia Militar apreendeu pedaços de pau e bastões de madeira, uma tesoura, um soco inglês, um rojão e bombas caseiras. O grupo foi autuado em flagrante por associação criminosa, homicídio tentado e um consumado.
Depois do ataque, o Ministério Público de Minas Gerais recomendou, na época, o banimento temporário da torcida organizada do Cruzeiro em todos os estádios do país pelo período de 6 meses. A medida também proibia o uso da sede da torcida organizada nos dias das partidas, sob pena de multa de R$50 mil.