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Deputados acusam funcionários da Vale de blindar empresa em CPI

Dois executivos da Vale foram ouvidos, mas depoimentos foram considerados evasivos pelos parlamentares que compõem o colegiado

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7


Parentes de vítimas fizeram protesto em sessão na Assembleia
Parentes de vítimas fizeram protesto em sessão na Assembleia

Deputados estaduais que compõem a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) de Brumadinho, destinada a investigar as causas do rompimento da barragem que deixou cerca de 300 vítimas em janeiro deste ano, acreditam que funcionários da Vale estão sendo orientados a blindar a empresa. 

Nesta quinta-feira (23), mais dois executivos foram ouvidos pela comissão: o gerente-executivo de Planejamento e Programação do Corredor Sudeste, Joaquim Pedro de Toledo e o gerente-executivo de Geotecnia Corporativa, Alexandre de Paula Campanha. Ambos foram presos por duas vezes após o rompimento da barragem, mas receberam autorização do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para responder o processo em liberdade. 

Segundo os deputados, os dois executivos mantiveram a linha de depoimento de seus antecessores, negando que tivessem conhecimento de dados e informações que pudessem ter evitado o rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. 

Joaquim de Toledo confirmou que foi o autor de um email em que dizia que “a (barragem) B1 é mais tenebrosa do que se imagina”. No entanto, negou que isso significasse conhecimento sobre os riscos de rompimento. Segundo ele, o e-mail foi escrito depois de ser informado sobre a existência de um bloco mineral na barragem, mas depois foi esclarecido que tal bloco estava a jusante, e não na estrutura, fato que o teria tranquilizado.

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Alexandre Campanha foi taxativo em dizer que a responsabalidade pelo monitoramento e controle das barragens era da gerência de Geotecnia Operacional, cujos funcionários já foram ouvidos pela CPI, quando também isentaram de responsabilidade, a equipe responsável pelo setor.

Eles também disseram que setores diferentes dos seus eram responsáveis por atestar a segurança da barragem, repetindo estratégia evidenciada pelos deputados anteriormente, por meio da qual cada gerência jogaria para outra a culpa, não permitindo que níveis hierárquicos superiores, como diretores da mineradora, sejam implicados.

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Críticas

Para o relator da CPI, deputado André Quintão (PT), pelos depoimentos prestados na comissão, é como se o rompimento da barragem não tivesse acontecido. 

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- Parece que estamos realizando CPI para apurar fato que não aconteceu. As inconsistências dos piezômetros foram problemas nos aparelhos, o radar era equipamento complementar e sem relevância, o 15º dreno apresentou problemas, mas não era relevante. Bom, mas, apesar de tudo isso, a barragem matou quase 300 pessoas.

Para Sargento Rodrigues, a Vale fez "vistas grossas" a sinais de deterioração da barragem, que vinham se manifestando desde março de 2017. 

A reportagem entrou em contato com a Vale, e aguarda posicionamento da empresa sobre as críticas. 

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