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Mineradoras propõem pagar mais R$ 90 bi em novo acordo por tragédia de Mariana (MG)

Proposta apresentada prevê o empenho total de R$ 127 bilhões, incluindo os R$ 37 bilhões que já foram destinados pelas empresas

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Rompimento da barragem de Mariana (MG), que deixou 19 mortos, completa sete anos
Rompimento da barragem de Mariana (MG), que deixou 19 mortos, completa sete anos Rompimento da barragem de Mariana (MG), que deixou 19 mortos, completa sete anos

As mineradoras responsáveis pela barragem de Fundão, rompida em Mariana, a 110 km de Belo Horizonte, propuseram pagar mais R$ 90 bilhões em compensação pela tragédia ocorrida em 2015. A proposta foi feita à mesa de discussão com o poder público e órgãos de Justiça, que analisa um novo acordo de reparação dos danos.

O montante foi confirmado pela Vale, nesta segunda-feira (29), em informe enviado aos acionistas. A ideia da Samarco e suas controladoras Vale e BHP Billiton é empenhar um total de R$ 127 bilhões à reparação. O valor inclui, no entanto, R$ 37 bilhões que, segundo as próprias mineradoras, já foram pagos.

Os R$ 90 bilhões restantes devem receber duas destinações: R$ 72 bilhões aos governos Federal, de Minas Gerais, do Espírito Santo e de municípios e outros R$ 18 bilhões em obrigações de fazer.

“Os valores da proposta são de 100%, o que inclui uma contribuição de 50% da BHP Brasil e da Vale como devedores secundários, caso a Samarco não possa financiar como devedor primário”, ressaltou o comunicado da Vale.

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“A reparação é uma prioridade para Samarco, Vale e BHP e até março de 2024 cerca de R$ 37 bilhões foram gastos em remediação e indenização, incluindo aproximadamente R$ 17 bilhões pagos a mais de 430 mil pessoas. Além disso, aproximadamente 85% dos casos de reassentamento para comunidades impactadas pelo rompimento da barragem da Samarco foram concluídos. As Companhias e autoridades públicas seguem engajadas para o avanço das negociações e para a aprovação de um acordo definitivo, atuando em conformidade com processos de governança e com legislações aplicáveis. A Vale informará o mercado caso um acordo definitivo seja aprovado por todas as Partes”, completou a nota.

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A secretária de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Luísa Barreto, explicou que a proposta das mineradoras é analisada pelo grupo que debate o novo acordo, em busca de entender se “aquilo que é colocado em termos de obrigação vai levar à reparação desejada ou não”.

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“Nos últimos 10 dias a gente retomou as negociações em relação à tragédia de Mariana. A gente recebeu essa proposta financeira acompanhada de um novo texto, ou seja, uma série de ações em relação à parte ambiental e social. Não estamos olhando somente valores. O acordo para nós não é uma questão de maior acordo e, sim, do melhor acordo no sentido de garantir a reparação”, detalhou.

“O que nós queremos ter no caso do rio Doce é o que nós tivemos em Brumadinho, que é garantir melhorias efetivas à saúde da população, garantir que as pessoas sejam de fato atendidas e que os atingidos tenham voz no acordo”, comentou sobre o acordo firmado com a Vale em função de outra tragédia com barragem na Grande BH, em 2019.

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A reportagem procurou a BHP e aguarda retorno.

O Ministério Público Federal informou que “não recebeu, oficialmente, a proposta feita pelas mineradoras poluidoras”. “No momento, o foco é em fazer com que acordos já firmados sejam efetivamente cumpridos pelas empresas, além de expandir e aprofundar o processo de reparação, sempre a participação popular e o protagonismo dos atingidos”, completou em nota.

A Samarco ressaltou que as medidas de reparação conduzidas pela Fundação Renova seguem em curso. “Essa proposta é resultado de um amplo processo de diálogo que, desde o início, envolveu diversas instituições de justiça, poder público e representantes de entidades civis e sociedade. As empresas entendem que este valor abrange projetos completos de reparação e compensação”, pontuou.

Impasse

A negociação para o novo acordo começou em 2021. O processo é mediado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e envolve as mineradoras, órgãos de Justiça e representantes do governo federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo.

O Governo de Minas já chegou a sair da mesa de tratativas por não concordar com as ofertas das mineradoras, que queriam pagar R$ 42 bilhões – cerca de um terço do valor pretendido pelo poder público.

Nove anos após tragédia de Mariana, Justiça reconhece que outras cinco cidades foram afetadas:

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