Pai de Lorenza diz que vai atuar no combate à violência contra mulher
Aviador aposentado relatou em audiência na ALMG sofrimento com a morte da filha que, segundo o MP, foi morta pelo marido
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
O pai de Lorenza Maria Silva de Pinho, que teria sido assassinada pelo marido promotor em Belo Horizonte, no último mês de abril, relatou nesta quarta-feira (26) que vai dedicar sua vida no combate à violência contra a mulher.
A fala foi feita durante audiência da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais). No encontro, Marco Aurélio Silva, de 72 anos, também relatou o sofrimento ao perder a filha.
— Eu me mantinha calado. Não vou mais. Enquanto durar a minha vida, farei essa luta. Somos homens, fortes. Isso deveria ser para proteger.
O objetivo da reunião foi discutir os dados sobre a violência de gênero em Minas Gerais. Marlise Mato, coordenadora do Nepem (Núcleo de Estudos e Pesquisas Sobre a Mulher da UFMG, avaliou que, embora a média diária de feminicídios tentados e consumados em Minas tenha saído de 1,2 em 2019 para 0,9 em 2021, a situação ainda é preocupante.
— Cada vida importa. Esses números são vidas. Mas, estatisticamente, essa queda não é nada. Estamos estabilizados no alto.
Investigação do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais, concluída no último dia 30 de abriu, indicou que Lorenza Maria Silva de Pinho, de 41 anos, foi assassinada pelo marido, o promotor André Luís Garcia de Pinho. Ele foi denunciado por feminicídio e segue preso em Belo Horizonte.
A perícia concluiu Lorenza foi intoxicada com medicamentos e bebida alcoólica e, em seguida, asfixiada. Os peritos indicaram que o crime pode ter sido motivado por um desgaste no relacionamento. Pinho nega todos os crimes.