Dois pescadores de Ponte Nova, a 180 km de Belo Horizonte, conseguiram, na Justiça, o direito de receber indenizações por conta do rompimento da Barragem do Fundão, na cidade de Mariana. A tragédia aconteceu em novembro de 2015.
Joaquim Basílio Victor e Expedito da Luz Inácio pescavam diariamente no Rio Doce e o valor da venda dos peixes era usado para complementar a renda de suas famílias.
Eles alegaram que estavam passando por dificuldades financeiras e sentiam vergonha de não poderem honrar seus compromissos nem sustentar a própria família. Eles afirmaram terem procurado a Fundação Renova para tentar um acordo amigável, mas não tiveram retorno.
O juiz Bruno Tenório condenou as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton Brasil a pagarem indenizações de R$ 18 mil para Joaquim Basílio Victor e R$ 25 mil para Expedito da Luz, além de um valor mensal de R$ 300 para o primeiro e de R$ 1.500 para o segundo.
A diferença dos valores é justificada pelo fato de Joaquim ser pescador amador e, Expedito, profissional.
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Na decisão, o juiz afirmou que a contaminação do Rio Doce causada pelo rompimento da barragem impactou profundamente a vida dos moradores da região, principalmente dos pescadores.
Procurada pela reportagem, a Samarco afirmou que não irá comentar sobre a decisão. A BHP Billiton disse, em nota, que "por se tratar de uma decisão judicial, apenas se pronunciará no processo" e que "a empresa tem total comprometimento com as ações de reparação relacionadas ao rompimento da barragem de Fundão". Ainda segundo a BHP, até 31 de maio, a Fundação Renova já pagou R$ 2,7 bilhões em indenizações aos atingidos.
A Vale não se pronunciou.
A barragem do Fundão se rompeu no dia 5 de novembro de 2015. A tragédia matou 19 pessoas e deixou mais de 360 famílias desabrigadas.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Lucas Pavanelli.