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Siderurgia sofre com interdição de usinas de pelotas da Vale

Suspensão das unidades de Vargem Grande e Fábrica afetam cadeia de produção do aço; indústria mineira tem que levar minério até o Espírito Santo 

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Complexo de Vargem Grande está fechado desde janeiro
Complexo de Vargem Grande está fechado desde janeiro Complexo de Vargem Grande está fechado desde janeiro

O fechamento de duas usinas de pelotização da Vale tem causado prejuízos para a indústria siderúrgica mineira. Sem poder comprar as pelotas no Estado, as fábricas têm enviado o minério de ferro produzido aqui para o Espírito Santo.

Depois da viagem de quase 550km pelo asfalto, os caminhões voltam carregados com o produto beneficiado no Estado vizinho. A Vale possui oito plantas de pelotização no Complexo de Tubarão, em Vitória

As pelotas são a matéria-prima utilizada pelas siderúrgicas. E, como o nome já dá a entender, são pequenas bolinhas de minério de ferro usadas para a fabricação do aço. E é com esse aço que são produzidos uma infinidade de produtos, como carros, eletrodomésticos, aviões, bicicletas, dentre outros. 

Portanto, a queda da produção de pelotas em Minas gera um efeito cascata a partir da indústria siderúrgica, como explica o presidente da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), Flávio Roscoe. 

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— As pelotas são a matéria-prima da siderurgia e estamos vendo um efeito cascata. O preço do aço já subiu, as empresas perdem dinheiro porque tinham uma pelotizadora aqui do lado e agora tem que pagar o frete do minério até o Espírito Santo. Para completar, o Estado perde em arrecadação, já que o ICMS fica para o Estado vizinho. 

Usinas

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Minas Gerais possui três fábricas de pelotas e duas delas, que são da Vale, estão paralisadas. As unidades de Vargem Grande, em Nova Lima, e Fábrica, localizada no município de Ouro Preto, tiveram o funcionamento suspenso em fevereiro depois de decisão da ANM (Agência Nacional de Mineração). 

O órgão alegou que a decisão era preventiva, para evitar "eventuais gatilhos para modos de falha por liquefação". 

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À época, a Vale informou que iria recorrer para manter as operações das usinas de concentração e pelotização. A Fiemg também atua, nos bastidores, para reverter a decisão. 

"A operação nas usinas de pelotas não causa nenhum dano à barragem e elas, tampouco estão na área de mancha de barragens. Liberar o funcionamento dessas usinas é um pleito nosso junto à ANM", afirma Roscoe. 

De acordo com a Vale, essa interrupção irá impactar a produção de pelotas em 11 milhões de toneladas ao ano. Isso representa um quinto da produção de pelotas da empresa em todo o Brasil. A mineradora ainda mantém outras nove plantas de pelotização no país: oito no Espírito Santo e uma no Maranhão. 

No ano passado, a Vale produziu 55 mil toneladas de pelotas, cerca de 10% a mais que no ano anterior. Desse total, 33,5 mil saíram das oito usinas do Complexo de Tubarão (ES), outras 10,6 mil toneladas saíram do Sistema Sul (que compreende as duas usinas de Minas Gerais) e 950 mil toneladas foram produzidas no Sistema Norte (em São Luís do Maranhão).

A mineradora também mantém uma planta de pelotização em Omã, país do Oriente Médio, responsável pela produção de 9,5 mil toneladas no ano passado. 

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