Alarmados com a queda de uma alça do viaduto Guararapes e com a possibilidade de desabamento da parte que restou, vizinhos da obra protestaram na manhã deste sábado (26) na região da Pampulha, em Belo Horizonte. O trecho foi liberado às 11h.
Cerca de 50 pessoas fecharam o trânsito próximo ao viaduto João Samaha e depois seguiram para a rua Doutor Álvaro Camargos, um dos principais desvios usados pelos motoristas por conta da interdição. A lentidão no trecho já atinge a avenida Antônio Carlos. Duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas na tragédia.
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Com faixas e cartazes ("Grande inauguração viaduto Guararapes - conheça antes que caia"), os moradores criticam o descaso da Prefeitura de Belo Horizonte e da construtora Cowan, empresa responsável pela execução do empreendimento. A empreiteira admitiu que a alça desabou porque foi usado apenas 10% do aço necesário para o bloco, que sobrecarregou duas das dez estacas previstas. A Cowan, no entanto, culpa a Consol, empresa que elaborou o projeto. A PBH aprovou o documento e deu a ordem de serviço à Cowan, que também não revisou os cálculos - as partes discutem quem teria a responsabilidade de revisão.
Na sexta-feira (25), a Polícia Civil apresentou resultados parciais da perícia oficial, que aponta o afundamento de seis metros como causa do acidente. A PC ainda não fala em culpados.
Os moradores passam por cadastro da Defesa Civil e devem ficar temporariamente em hotéis pagos pela Cowan na região.
Defesa Civil
Em comunicado enviado à imprensa neste sábado (26), a Defesa Civil garante que os moradores têm recebido assistência:
"Os moradores serão retirados de suas residências para garantir a sua integridade física; os moradores estão sendo informados sobre as ações da Defesa Civil através da presença permanente do posto de comando no local, a disponibilização de telefone exclusvo e pela comissão de moradores; os cadastramentos foram concluídos. A logística está sendo finalizada. As famílias serão encaminhadas para hoteis. Os moradores receberam um comunicado com informações relevantes sobre o processo de remoção".
Ainda de acordo com o órgão, estão sendo utilizados "protocolos de proteção civil recomendados pela ONU em ações que implicam no socorro às vítimas e a diminuição dos prejuízos humanos, materiais, econômicos e sociais dos afetados".