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Chegar ao segundo turno foi a pior coisa para o PT 

Votação humilhante no dia 28 de outubro está cada vez mais provável e pode causar um estrago monumental na trajetória do Partido dos Trabalhadores    

R7 Planalto|Do R7 e Domingos Fraga

Fernando Haddad, candidato do PT à Presidência
Fernando Haddad, candidato do PT à Presidência Fernando Haddad, candidato do PT à Presidência

Na semana que antecedeu à eleição do primeiro turno, Fernando Haddad ainda acreditava no que as pesquisas apontavam: a altíssima taxa de rejeição de Jair Bolsonaro seria um obstáculo intransponível na caminhada do capitão reformado em direção ao Palácio do Planalto.

Menos de 15 dias depois, tudo mudou. Ou as apurações dos institutos estavam erradas, ou os brasileiros trocaram de mocinho rapidamente. Hoje, Bolsonaro sobe a montanha com uma velocidade espantosa enquanto Haddad parece um náufrago à procura de um toco de árvore. 

E o pior: o mar está repleto de tubarões, vide os irmãos Ciro e Cid Gomes.

Com o país altamente polarizado, muita gente boa imaginava uma disputa acirrada a essa altura, mas não é o que está acontecendo. Ao impor uma margem de quase 20 pontos de vantagem sobre seu oponente, Bolsonaro revela que a radicalização pode ser extremada, mas um campo exibe uma musculatura bem maior.

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Não é loucura imaginar, olhando o cenário atual, que o candidato do PSL saia das urnas em 28 de outubro montado numa votação extraordinária, na casa dos 65% dos votos válidos. 

Isso fará toda diferença na hora de governar. 

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A oposição violenta que o PT, com certeza fará, será menos danosa na proporção que os votos de Haddad minguarem agora no segundo turno. O PT terá a maior bancada (56 deputados) na Câmara Federal, mas não será suficiente para obstacular um presidente com mais de 60% dos votos válidos, ainda mais que o restante do Congresso terá um viés nitidamente conservador. 

A tal governabilidade que todos dizam faltar a um virtual governo de Bolsonaro será facilitada também pelos inúmeros governadores que deverão apoiá-lo. Hoje, por exemplo, Bolsonaro tem palanque assegurado nas campanhas de segundo turno dos três candidatos que lideram as pesquisas nos estados mais populosos do País: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. 

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Mesmo na fase mais popular do petismo, nenhum candidato do partido conseguiu chegar no patamar de 62% dos votos válidos, o que hoje está bem próximo de ser alcançado por Bolsonaro.

Vejam os números: em 2002, Lula teve 61,3% e José Serra 38,7%; em 2006, o petista foi reeleito com 60,83% e o tucano Geraldo Alckmin teve 39,17%; em 2010, Dilma obteve 56,05%% e Serra 43,95%%; e em 2014, ela foi reeleita com 51,64% dos votos válidos e Aécio Neves teve 48,36%.

Se tivesse perdido no primeiro turno, com uma distância pequena e a bancada eleita de senadores e deputados, o Partido dos Trabalhadores poderia continuar alardeando que é a maior força política do País.

Mas, se for amassado por Bolsonaro, perderá também o protagonismo na política brasileira.

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