O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), subiu o tom e chamou, nesta quarta-feira (26), Eduardo Girão (Podemos-CE) de oportunista.
A discussão começou após o governista pedir a inclusão de prefeitos de capitais, mesmo após acordo secreto para não chamá-los à comissão, apenas governadores - alguns membros alegaram, contudo, que não fazem parte do conchavo, uma vez que gestores estaduais e municipais não são objeto da CPI.
"Toda sociedade brasileira que tem o mínimo de inteligência sabe que a vossa Excelência está aqui com um único objetivo: que a gente não investigue o porque que não comprou vacina. E vossa Excelência que não entende patavina de saúde quer impor a cloroquina na cabeça da população. Vossa Excelência, eu repito, é oportunista", afirmou Aziz.
Na sequência, membros da comissão pediram calma aos senadores. Aziz, contudo, subiu o tom. "Calma não. Nós acordamos lá e eu repeti que o senador Eduardo Girão vai querer tirar proveito disso", disse. O governista, então, questionou: "Proveito de que?".
Aziz afirma que não cometeu nenhuma agressão e, caso contrário, que o levasse ao Conselho de Ética do Senado. "Vossa Excelência não respeita ninguém, age sorrateiramente, não respeita ninguém", acrescentou.
Entenda a confusão
O bate-boca teve início após Girão, senador governista, levantar a questão sobre o requerimento de convocação de prefeitos de capitais brasileiras. Mais cedo, os membros da CPI se juntaram numa sala para uma reunião secreta, com o objetivo de analisar os pedidos de convocação.
“E é aí que eu quero divergir dos colegas respeitosamente. Eu não concordei com acordo de não olhar para prefeitos. A demanda é clara: estados e prefeituras. Se o critério é capital, tem que entrar capital. Mas o que eu quero fazer o pedido, extra pauta, é para o diretor-geral do Consórcio Nordeste”, argumentou Girão.
O pedido, contudo, foi negado pelo presidente da CPI. Anteriormente, os membros aprovaram requerimentos de convocação de nove governadores e um ex-governador (Rio de Janeiro), além da reconvocação do ex-ministro Eduardo Pazuello (Saúde) e o atual ministro da pasta, Marcelo Queiroga.
Entre os convocados estão os governadores Wilson Lima (PSC), do Amazonas; Helder Barbalho (MDB), do Pará; Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal; Mauro Carlesse (PSL), de Tocantins; Carlos Moisés (PSL), de Santa Catarina, Antônio Oliveira Garcia de Almeida (PSL), de Roraima; Waldez Góes (PDT), do Amapá; Marcos José Rocha (PSL), de Rondônia; e Wellington Dias (PT), do Piauí. Foi convocado ainda o ex-governador do Rio, Wilson Witzel.