Rio de Janeiro Após primeira noite em presídio, mulher de Cabral come pão com manteiga no café da manhã

Após primeira noite em presídio, mulher de Cabral come pão com manteiga no café da manhã

Segundo a Seap, ex-primeira dama já está uniformizada e recebeu apenas kit de higiene

  • Rio de Janeiro | Da Rede Record

Adriana Ancelmo se entregou ontem na 7ª Vara Federal Criminal

Adriana Ancelmo se entregou ontem na 7ª Vara Federal Criminal

Fábio Mota/Estadão Conteúdo - 17.11.2016

A ex-primeira dama do Rio, Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral, dormiu sozinha em uma cela no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio. Segundo a Seap, Ancelmo ficou sozinha na cela porque, como a unidade prisional tem nove celas para presas com curso superior, mas apenas sete detentas, não houve necessidade de colocá-la junto de outras presas. Pela manhã, ela recebeu o café da manhã com pão com manteiga e café preto.

Ancelmo também recebeu o uniforme, composto de uma camiseta branca e uma calça, além de um kit de higiene, com um sabonete, uma escova e um creme dental. Ela foi encaminhada na noite de terça-feira (6) para o Complexo Penitenciário de Gericinó. Segundo a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), a porta de entrada das unidades femininas é a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza. Por volta das 21h30, ela já havia dado entrada no sistema prisional.

Após ter a prisão preventiva decretada, Ancelmo se apresentou por volta das 16h40 à 7ª Vara Federal Criminal, no centro da capital fluminense. Em seguida, ela foi levada à Superintendência da Polícia Federal do Rio e fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal, na Leopoldina (centro).

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Ancelmo, que se tornou ré em processo de lavagem de ativos e organização criminosa, se entregou acompanhada de seus advogados. A prisão preventiva da advogada Adriana Ancelmo foi decretada pelo juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que aceitou denúncia contra ela e Cabral.

Leia também: Mulher de Cabral é suspeita de envolvimento em esquema de lavagem que movimentou R$ 6,5 mi em compra de joias

O magistrado também determinou novo mandado de busca e apreensão na casa Ancelmo. O juiz cita no despacho que, segundo o MPF, o aprofundamento das investigações revelou que Ancelmo "ocuparia posição central na organização criminosa capitaneada por seu marido, Sérgio Cabral".

Ainda de acordo com as investigações, a mulher de Cabral seria "uma das principais responsáveis por ocultar recursos recebidos indevidamente por seu marido, valendo-se para tal de seu escritório de advocacia, bem como que teria adquirido ilegalmente verdadeira fortuna em joias de altíssimo valor".

O juiz afirma, com base nas investigações do MPF, que a participação criminosa de Ancelmo se dava após a prática de atos de corrupção de Cabral e de outros acusados. Segundo Bretas, "Ancelmo estaria usando sua condição de advogada e a estrutura de seu escritório de advocacia para propiciar o recebimento de valores espúrios pela organização criminosa descrita pelos investigadores".

Ela é suspeita de envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro de supostas propinas pagas por empreiteiras a Sérgio Cabral em obras no Estado. O MPF (Ministério Público Federal) investiga compra, em dinheiro vivo, de joias pelo casal.

O ex-governador está preso desde 17 de novembro, por determinação do mesmo juiz federal que mandou prender Adriana Ancelmo. Na ocasião, o MPF já havia pedido a prisão de Ancelmo, mas ela havia sido negada.

O desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro tem documentos que indicam que o casal adquiriu mais de 400 joias de uma única grife sem nota fiscal. A soma desses bens chega a R$ 5,7 milhões. As aquisições foram feitas em dinheiro vivo.

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