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Mulher de Cabral é suspeita de envolvimento em esquema de lavagem que movimentou R$ 6,5 mi em compra de joias

Segundo o MPF, escritório de advocacia de Adriana Ancelmo seria usado para ocultar valores

Rio de Janeiro|Do R7

Colar de pérolas apreendido no cofre do quarto da residência de Cabral e Adriana Ancelmo no Leblon, zona sul do Rio
Colar de pérolas apreendido no cofre do quarto da residência de Cabral e Adriana Ancelmo no Leblon, zona sul do Rio

Investigações do Ministério Público Federal apontam o envolvimento direto da mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral em esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado mais R$ 6,5 milhões na compra de joias de alto valor entre 2007 e 2016, segundo consta em despacho do juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que decretou a prisão preventiva de Adriana Ancelmo nesta terça-feira (6).

Em 17 de novembro, dia em que a prisão de Sérgio Cabral foi decretada, o juiz negou pedido de prisão de Ancelmo, mas determinou sua condução coercitiva à Superintendência da Polícia Federal do Rio para que prestasse esclarecimentos. Na ocasião, ela disse que "nunca adquiriu joias através de pagamento em espécie".

No mesmo dia, o juiz autorizou mandado de busca e apreensão na residência do casal, no Leblon, zona sul do Rio, onde foram apreendidas joias. Segundo o despacho, as investigações identificaram em joalherias investigadas que Cabral e Ancelmo compraram ao menos 189 joias desde 2000 — a PF apreendeu no cofre do quarto do casal somente 40 peças.

"Tal constatação, como afirma o MPF, permite a conclusão de que a investigada Adriana Ancelmo permanece ocultando tais valiosos ativos, criminosamente adquiridos, eis que ainda não apreendidos pela Polícia Federal no cumprimento da ordem cautelar emanada deste Juízo, demonstrando a necessidade de renovação da medida cautelar anteriormente deferida", diz Marcelo Bretas.


Também foi identificado, por meio de relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda), a compra, em dinheiro, de joias e bens de luxo por Ancelmo no exterior. Em 30 de abril de 2014, Ancelmo comprou produto no valor de US$ 30 mil (em espécie) da DBA Van Cleef & Arpels Americas em Shelton, Connecticut (EUA). Em 7 de maio de 2013, ela comprou item no valor de US$ 10 mil (em espécie) da empresa Christian Dior (localizada em Nova York).

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O magistrado ainda aponta, com base nas investigações, que a lavagem de dinheiro teria ocorrido também a partir do escritório de advocacia da mulher de Cabral. Os procuradores apuraram que a Ancelmo Advogados tem contratos com empresas e concessionárias prestadoras de serviço ao governo do Estado. Entretanto, depoimentos dão conta que, apesar do pagamento de valores, o serviço do escritório não teria sido prestado.

O juiz afirma, com base nas investigações do MPF, que a participação criminosa de Ancelmo se dava após a prática de atos de corrupção de Cabral e de outros acusados. Segundo Bretas, "Ancelmo estaria usando sua condição de advogada e a estrutura de seu escritório de advocacia para propiciar o recebimento de valores espúrios pela organização criminosa descrita pelos investigadores".

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