A Prefeitura de Maricá divulgou que a vacinação contra a covid-19 está suspensa na cidade a partir desta quinta-feira (22). A medida foi causada pela falta de doses disponíveis para a primeira aplicação do imunizante. Nesta data, seriam imunizados os idosos a partir de 61 anos. Porém, sem o abastecimento da vacina nos próximos dias, o município não conseguirá seguir o calendário previsto.
De acordo com a prefeitura, o Ministério da Saúde ampliou os grupos prioritários no PNI (Plano Nacional de Imunização), mas não assegurou que houvesse vacinas o suficiente. Ainda em março, por exemplo, a vacinação do grupo prioritário de agentes de segurança foi antecipada e os municípios foram encarregados de imunizar 18% da Guarda Municipal e da Defesa Civil Municipal.
Além disso, as novas remessas de vacina repassadas aos municípios do Rio de Janeiro pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) trariam frasco menores – que anteriormente armazenavam um total de dez doses. Com isso, a Secretaria Municipal de Saúde de Maricá afirmou que mais doses são desperdiçadas, com cerca de 1670 doses perdidas até a última terça-feira (20).
A prefeitura ainda destacou que o desperdício das doses ultrapassou o considerado aceitável, de 5% e que a SES justificou que a tolerância teria aumentado para 10%.
Por outro lado, a SES se isentou da responsabilidade sobre a redução do tamanho dos frascos. O órgão estadual declarou que apenas repassa as remessas distribuídas pelo Governo Federal.
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Outro fator para a suspensão da vacinação em Maricá está na demora para a liberação da vacina russa, Sputnik V, pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O município comprou 500 mil doses contra covid-19 ainda não importadas para o Brasil.
Segundo a prefeitura, a Anvisa usaria de “burocracia” para “impedir o acesso dos maricaenses ao imunizante”. Por isso, foi aberta uma ação judicial para obrigar que a agência a “retirar os entraves que vem colocando à aquisição da vacina”, na última terça (20).
Já a Anvisa revelou que ainda não foi possível atestar a qualidade, a segurança e a eficácia da Sputnik V. A agência esclareceu que os testes são realizados por laboratórios, enquanto a agência faz a avaliação dos estudos para garantir tais padrões necessários.
A Anvisa também explicou que há dois processos independentes em relação à vacina russa: o pedido para o uso emergencial pelo laboratório União Química e a importação excepcional pelos estados e municípios – que é o caso de Maricá.
“Não foi apresentado, até este momento, o relatório técnico referente à avaliação da vacina Sputnik V, emitido ou publicado por autoridade sanitária internacional”, esclareceu a assessoria da agência. “A Anvisa tem envidado todos os esforços necessários para obter as informações que possibilitem a conclusão da análise dos pedidos de importação”.
A retomada da vacinação em Maricá ocorrerá quando houver o reabastecimento de vacinas contra covid-19. Os possíveis atrasos no cronograma inicial serão divulgados.
O município de Maricá pretendia finalizar a primeira fase da vacinação no próximo sábado (24). O grupo engloba idosos, pessoas com deficiência, indígenas, profissionais de saúde e forças de segurança.
Já a segunda fase seria iniciada na próxima segunda (26), seguindo o calendário unificado com outros três municípios: Rio de Janeiro, Niterói e Itaguaí.
De acordo com o portal oficial da prefeitura, atualizado na noite da última quarta (21), Maricá acumula mais de 12 mil casos de coronavírus e 310 mortes pela doença.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Ph Rosa