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Moradores denunciam arbitrariedade de policiais em operação no Jacarezinho

Há 11 dias, comunidade tem sido alvo de operações da polícia

Rio de Janeiro|Agência Brasil

Moradores denunciam que policiais estariam invadindo casas
Moradores denunciam que policiais estariam invadindo casas Moradores denunciam que policiais estariam invadindo casas

A operação deflagrada na madrugada desta segunda-feira (21) em oito comunidades do Rio de Janeiro, com 7 mil homens das forças de segurança e ênfase na Favela do Jacarezinho, resultou na prisão de 43 pessoas, apreensão de 11 armas e de grande quantidade de drogas.

Mas a ação também foi alvo de críticas de alguns moradores, que reclamaram de arbitrariedades cometidas pelos agentes de segurança, como invasão de casas e proibição de pessoas de circularem nas ruas.

O ponto crítico da ação foi o Jacarezinho, onde há 11 dias a polícia iniciou uma ofensiva contra o tráfico, reforçada após a morte de um agente da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), o grupo de elite da Polícia Civil.

— Eu nem saí de casa. Estou há dez dias sem trabalhar. Tenho uma loja e não posso abrir. A sensação é de terror. A polícia não quer saber quem é morador, quem é criança, quem é trabalhador, quem é bandido. Eles entram na casa da gente sem mandado. Pedem licença, mas a gente vai dizer que não vai entrar? — desabafou um comerciante, que não quis se identificar.

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Outra reclamação, referente à operação de hoje, foi o ingresso de policiais em residências e a proibição de moradores circularem nas ruas, o que obrigou muitos a perderem o dia de trabalho.

— Entraram na minha casa e não pediram. Quando vi, estavam na minha laje. Estavam dentro da minha casa. É errado, estava meu marido e meu filho. Ele pulou a minha laje e quando vi, estava lá dentro. Era [policial] civil. Eu me sinto revoltada. Fui trabalhar e tive que voltar, porque não deixaram eu sair. Mandaram eu voltar. Foi gente do Exército — protestou uma auxiliar de serviços gerais.

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Alguns moradores afirmam que se sentem em um presídio a céu aberto, sem liberdade para circular pela comunidade nem certeza de encontrar comida, pois boa parte do comércio permanece fechada durante o dia.

— Direito de ir e vir nós não temos, desde o dia 11. Estamos estocando comida em casa. A verdade é esta. Na minha cozinha tem um tiro de fuzil. Minha filha já gastou um pacote de algodão para botar nos ouvidos, de tanto tiro. É o inferno que a gente está vivendo. Por causa de uma vida [do policial morto], pagam sete pessoas e não sei quantos feridos — disse uma dona de casa.

Desde a morte do policial da CORE, sete pessoas morreram no Jacarezinho atingidas por balas perdidas, a maioria moradores. Na operação desta segunda, além do Jacarezinho, os agentes de segurança atuaram nas comunidades de Manguinhos, Alemão, Mandela, Bandeira 2, Parque Arará, Mangueira e o Condomínio Morar Carioca, todos na zona norte.

Participaram efetivos das polícias Militar, Civil, Federal, Rodoviária Federal e das Forças Armadas. Apesar do tamanho da operação, nenhum fuzil foi apreendido e há suspeitas de que o plano vazou no dia anterior, o que fez muitos traficantes deixarem as comunidades. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, negou que tenha havido vazamento de informações.

A Secretaria Estadual de Segurança e o Comando Militar do Leste foram procurados para se pronunciar sobre as denúncias dos moradores mas, até a publicação desta matéria, ainda não haviam respondido.

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