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'Eles continuam mentindo', diz mulher de Ferrugem sobre depoimento de suspeitos à polícia

Para advogada da família do barqueiro, Amanda Rodrigues, versão 'se mostra duvidosa e aparenta ser combinada'

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Polícia investiga atuação de envolvidos na morte de ambientalista
Polícia investiga atuação de envolvidos na morte de ambientalista Polícia investiga atuação de envolvidos na morte de ambientalista

Após o depoimento dos dois homens suspeitos de envolvimento na morte do ambientalista Adolfo Duarte, a mulher do barqueiro afirmou que não acredita na hipótese de acidente. "Minha opinião continua a mesma: esses meninos continuam mentindo sobre o que aconteceu", disse Uiara Sousa Duarte. Em agosto, no início das investigações, ela chegou a afirmar que "preferia que tivesse sido um acidente". 

"É um absurdo eles contestarem os laudos. Estamos falando de uma polícia capacitada", disse Uiara. A mulher do ambientalista, cujo corpo foi encontrado na manhã do dia 6 de agosto, na represa Billings, na zona sul de São Paulo, diz que a família ainda quer entender a motivação do crime. "Queremos saber o que aconteceu no barco ou se eles foram enviados por alguém."

Uiara afirmou ainda que vai esperar o depoimento das duas mulheres que também estavam na embarcação no dia em que Adolfo caiu na represa. "Espero também que essas meninas falem a verdade, acredito que elas viram tudo", diz.

A advogada que representa a família do barqueiro, Amanda Rodrigues, diz acreditar que a versão dos investigados foi "combinada". O depoimento dos suspeitos foi prestado nesta quarta-feira (31). O advogado de defesa deles, André Nino, afirmou que o laudo não é conclusivo. Ele questionou o atestado de que a morte de Ferrugem se deu por asfixia e disse que vai apresentar documentos que derrubam a versão.

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A advogada da família de Ferrugem disse que o laudo se mostra conclusivo para a causa da morte. "Causa estranheza que insistam em alegar um solavanco no barco, quando a perícia também já elucidou a inexistência desse solavanco, inclusive observadas as especificidades de onde a embarcação estava."

Para Amanda Rodrigues, a versão dos investigados "se mostra duvidosa e aparenta ser combinada". "Não acreditamos nessa versão, cabendo ainda destacar que outras lesões foram encontradas no corpo do Adolfo, lesões estas que não seriam aptas a causar sua morte, mas que indicam possível briga/vias de fato."

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O que disseram os envolvidos

Em depoimento à polícia, Vithorio e Mauricius afirmaram que Mikaely convidou os rapazes e Kathielle para passear nas margens da represa Billings, na zona sul da capital, uma vez que ela já conhecia o local e eles não. Segundo eles, o grupo se reuniu e foi a um bar, onde consumiu bebidas alcoólicas, e viu a embarcação.

De acordo com o advogado de defesa dos suspeitos Vithorio Alax Silva Santos e Mauricius da Silva, André Nino, detalhes sobre a noite do acidente foram "esclarecedores e importantes para auxiliar nas investigações". Os suspeitos foram ouvidos separadamente, mas contaram a mesma versão do caso, segundo o advogado.

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Na versão dos suspeitos, os meninos se afastaram das garotas para fumar e aproveitaram para perguntar o valor do passeio. Ferrugem teria respondido à pergunta, e eles afirmaram não ter dinheiro.

Na sequência, Mauricius foi ao banheiro, e, ao retornar, os amigos haviam pago o valor ao ambientalista. Inicialmente, Mikaely disse que não iria, pois tem medo de água, mas logo cedeu e aceitou ir.

No interior do barco, os ocupantes puseram colete salva-vidas, que foi retirado momentos depois, enquanto Mikaely e Kathielle dançavam. Em determinado momento da viagem, o barco deu um solavanco, o que fez com que Mikaely e Ferrugem caíssem na água, relataram. Os amigos conseguiram fazer um retorno com o volante do veículo e jogar uma boia para resgatá-los. Apenas Mikaely agarrou a boia, e Ferrugem, após auxiliar a jovem, não foi mais visto.

Os jovens reforçam a tese de que não houve discussão entre o grupo e o ambientalista. Ainda em depoimento, Mauricius e Vithorio disseram acreditar que, se não fossem as agressões que sofreram ao voltar para a margem, Ferrugem poderia ter sido encontrado com vida.

Vithorio garante que os únicos ferimentos sofridos foram decorrentes dos socos e chutes que teriam sido desferidos por amigos da vítima quando eles chegaram à margem, e que ele não entrou machucado na embarcação.

Para o advogado de defesa, o laudo não é conclusivo. Ele questiona o resultado atestado, de que a morte de Ferrugem se deu por asfixia, e disse que vai apresentar documentos que comprovem isso.

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