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Governo de SP prevê 'dificuldades' com isolamento abaixo de 50%

Coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus no estado afirma que aumento da mobilidade acarretará em problemas no sistema de saúde

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Isolamento na capital foi de 48% na segunda-feira
Isolamento na capital foi de 48% na segunda-feira Isolamento na capital foi de 48% na segunda-feira

Com a taxa de isolamento abaixo dos 50% em São Paulo, o governo já prevê que pode haver um agravamento do número de casos de covid-19 e, consequentemente, maior número de hospitalizações do que o sistema de saúde seria capaz de comportar.

O Centro de Contingência do Coronavírus no estado recomenda que o isolamento fique entre 50% e 60%, mas o ideal seria 70%. Na segunda-feira (5), o índice foi de 47% no estado. A capital registrou 48%.

Os números preocupam o coordenador do comitê, o infectologista David Uip.

"Teremos enormes dificuldades no prazo de um mês se este número não for superior a esse 50%. Eu me refiro a leitos disponíveis em toda a rede, especialmente os leitos de UTI. É claro que o isolamento é muito chato, todos nós estamos vivendo isso, é muito difícil. Nós sempre agradecemos muito à população, mas a população precisa estar convencida de que essa é a única forma de nós darmos conta dos pacientes no estado de São Paulo".

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O grupo que monitora o avanço do coronavírus no estado e orienta as ações do governo levará em conta a taxa de isolamento para propor eventuais flexibilizações ou endurecimento da atual quarentena, prevista para acabar no dia 10 de maio.

Os cálculos para disponibilizar leitos hospitalares foram feitos pelo governo com base em uma taxa de isolamento entre 50% e 60%, daí a preocupação dos especialistas com o aumento da mobilidade.

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Nesta terça-feira (5), o estado registra ocupação de 68,9% dos leitos de UTI. Na Grande São Paulo, a situação é mais delicada: 86,9% de ocupação.

A Secretaria de Estado da Saúde corre contra o relógio para ampliar o número de leitos de terapia intensiva na região metropolitana da capital, mas depende de uma carga de respiradores importados da China que ainda não chegou. A previsão é que chegue até sexta-feira (8).

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Uip ressaltou que o estado tem responsabilidade de oferecer as vagas em hospitais, mas que outra responsabilidade cabe à sociedade, que deve se manter dentro de casa pelo maior tempo possível. 

"Estamos vendo seguidamente a diminuição do isolamento. Fim de semana melhora um pouco, mas nos dias de semana, este número não é possível. [...] Eu também estou vendo aglomerações, isso é inaceitável. Além da aglomeração, que não é permitida, o não uso de máscara."

O baixo índice de isolamento social na capital se deu no primeiro dia da implantação de bloqueios em importantes avenidas no horário de pico da manhã como forma de desestimular as pessoas a saírem de casa. A prefeitura estuda, inclusive, restringir a circulação em determinadas vias durante todo o dia.

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