"Não sei como vai ser minha vida daqui para frente. Não consigo ir trabalhar, não consigo mais ficar na borracharia. Vou tentar outros meios." Eraldo Sebastião da Silva, o pai do menino Kaique, de 4 anos, que morreu atropelado por um carro que invadiu oficina mecânica que o pai trabalhava no Campo Grande, na zona sul de São Paulo, afirmou em entrevista à Record TV que não consegue voltar ao local de trabalho após a morte o filho.
O menino Kaique Pietro Ferreira da Silva, de 4 anos, morreu e a outra filha de Eraldo, Emanuelly Ferreira, de 3 anos, ficou gravemente ferida após serem atropelados por um carro que entrou desgovernado na borracharia. A família estava em uma festa organizada no estabelecimento quando um motorista invadiu a calçada com o carro modelo Volkswagen Gol prata e atropelou três pessoas.
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"Não imaginei que ele fosse matar meu filho. Coloquei as crianças para dentro e quando virei às costas recebi a pancada", afirmou. "Vi meu filho mais enganchado na roda e minha filha desmaiada. Segundo ele, quando gritaram que o menino Kaique estava embaixo do carro, veio o desespero. "Pedi para puxar o carro, mas ele não conseguia."
"Vi meu filho com a cabeça esmagada. Abracei e beijei ele, mas não tinha mais o que fazer", diz Eraldo, que na sequência levou a filha para o hospital. "Isso acabou com a minha vida e com a vida da minha família." O pai do menino afirmou também que saber que o homem está preso provoca uma sensação de "alívio" a ele e sua mulher. "Carro também é uma arma. Ele estava muito louco, ele sabe o que ele fez.
Suspeito na prisão
William Volpe, que é suspeito de atropelar e matar Kaique, foi preso temporariamente por 30 dias, enquanto o inquérito é concluído pela polícia. Ele estava ao volante quando invadiu a calçada de uma borracharia no Campo Grande, na zona sul, e atingiu a criança, além de ferir gravemente Emanuelly Ferreira Barbosa, de 4 anos.
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Ele havia se apresentado à polícia e prestado depoimento na última sexta-feira (17), mas foi liberado porque ainda não havia uma decisão da Justiça sobre o pedido de prisão temporária. Agora ele ficará na carceragem do 2º DP (Bom Retiro).
Segundo o delegado da Vila Joaniza, Pedro Luiz de Souza, o suspeito "nega que tenha ingerido bebida alcoólica e diz que foi um acidente". Foi requisitado exame toxicológico por descobrir se o jovem de 26 anos estava sob efeito de drogas no dia do acidente.
Desde o início do caso, a família de Kaique afirmou saber quem era o atropelador, que fugiu sem prestar socorro às vítimas por ele ser morador da região. Segundo a polícia, William não tem carteira de habilitação e já tem passagens por roubo e porte ilegal de arma. Ele também não poderia estar na rua no horário porque responde pelos crimes em liberdade e, segundo o acordo judicial, deveria estar em casa após às 22 horas.