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Ouvidoria: PM agiu com negligência e excesso em morte de sushiman

Segundo Mariano, ação da Polícia Militar foi inadequada e negligenciou, inclusive, procedimentos para uso de armas não letais

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Leandro dos Santos, de 26 anos, morto com quatro tiros pelas costas em SP
Leandro dos Santos, de 26 anos, morto com quatro tiros pelas costas em SP Leandro dos Santos, de 26 anos, morto com quatro tiros pelas costas em SP

A morte do sushiman Leandro Santana dos Santos atingido com quatro disparos pelas costas, na quarta-feira (21), em um restaurante japonês localizado no bairro do Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo, foi classificada pelo ouvidor de Polícia do Estado de São Paulo, Benedito Domingos Mariano, como uma ação desastrosa por parte da Polícia Militar.

Pelas imagens das câmeras de segurança do local, é possível ver entre dez e doze policiais militares no mezanino do restaurante. Leandro estava próximo de um balcão quando atirou uma das facas contra os PMs. Na sequência, os policiais começam a disparas. "Foi uma atuação que negligenciou todos os padrões, inclusive, de uso de armas não letais", afirmou Mariano. 

Leia mais: Mulher de sushiman morto em SP nega que ele tenha tido surto

Segundo o ouvidor, não havia a necessidade de uso de arma de fogo na operação. "A vítima estava acuada, ela poderia ter sido imobilizada. Ele estava sozinho com dez policiais." As imagens mostram os primeiros policiais que entram no mezanino com armas nas mãos. Somente o quarto PM é que portava um escudo antibalas. "Ele deveria ser o primeiro a entrar. A ocorrência foi totalmente equivocada."

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O laudo necroscópico revelou também que o funcionário do restaurante foi atingido por quatro disparos, nas pernas, nádegas, no braço e nas costas. "Os tiros de borracha não o acertaram e o de pistola de choque também", diz Mariano. De acordo com o ouvidor, deveria ter sido estabelecido um diálogo com o sushiman e uma eventual imobilização. 

"Foi um conjunto de coisas: negligência de procedimentos padrões e ações inadequadas. Não havia necessidade de arma de fogo. A vítima estava acuada atrás do balcão", diz. O ouvidor da polícia disse ainda que os policiais militares não precisariam ter entrado no restaurante. Os policiais poderia ter iniciado uma negociação, afirma ele, e com "um único tiro de borracha", imobilizado a vítima.

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O ouvidor afirmou que recebeu as imagens das câmeras de segurança e o laudo necroscópico na terça-feira (27) e que o inquérito deverá ser concluído no período de um mês. "As imagens ajudam muito a dar andamento ao processo." Segundo o ouvidor, dez policiais envolvidos na morte de Leandro foram afastados de suas funções na rua. 

Imagens das câmeras de segurança

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O R7 teve acesso às câmeras de segurança do local. Nas gravações, é possível ver que, por volta das 23 horas, os policiais militares chegam ao restaurante japonês onde Leandro trabalhava. Em um salão grande, repleto de mesas, o sushiman começa a correr com uma faca na mão.

Na sequência, em um canto do andar de cima do restaurante, o sushiman vira de frente para os policiais e lança a faca em direção aos agentes. Pelo menos doze policiais militares se aproximam de Leandro após ele ter lançado a faca. O segundo PM a se aproximar possui uma pistola de choque e o quarto caminha em direção a Leandro com um escudo balístico. No entanto, segundo o delegado, somente dois policiais teriam atirado com balas verdadeiras e apresentado as armas.

Segundo o delegado, serão pedidos um laudo pericial, outro para mostrar a dinâmica do local e uma descrição das imagens para analisar o passo a passo das ações.

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