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Pesquisa sobre usuários de ônibus revela distorções sociais em SP

Urbanista Carol Guimarães avalia estudo da SPTrans que apontou jovens e negras como maioria entre passageiros na cidade

São Paulo|Cesar Sacheto, do R7


Pesquisa da SPTrans analisou perfil de usuários de ônibus na capital paulista
Pesquisa da SPTrans analisou perfil de usuários de ônibus na capital paulista

O resultado da pesquisa realizada pela SPTrans, divulgada na quarta-feira (26), que apontou jovens e negras como a maioria entre os passageiros de ônibus de São Paulo — com 57% do total de usuários do sistema — reforça as distorções urbanas da cidade de São Paulo e demonstra o peso desproporcional para as mulheres negras e periféricas, que se deslocam mais e por mais tempo, avalia a urbanista e conselheira do CMTT ( Conselho Municipal de Transporte e Trânsito) Carolina Guimarães.

Segundo o levantamento feito pela Prefeitura de São Paulo, de modo geral, este grupo majoritário possui ensino médio completo, trabalha no setor de comércio e tem renda média familiar de R$ 2,4 mil, pertencendo à classe C.

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Outro dado apontado pela SPTrans foi que somente 30% dos passageiros de São Paulo puderam adotar o teletrabalho (ou home office) durante a pandemia do novo coronavírus e, entre os que tiveram essa oportunidade, as mulheres foram minoria.

"A falácia que pandemia foi democrática não se sustenta, essa pesquisa evidência essa afirmação, trazendo recortes de raça e gênero que mostram impactos desproporcionais em um grupo da população. Quando falamos de crise sanitária na qual o remédio é vacina e distanciamento social, com a impossibilidade dos dois, a vulnerabilidade aumenta para esse público", analisou a urbanista.

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De acordo com Carolina Guimarães, as mulheres — especialmente negras — sentiram o maior impacto na pandemia, constatação confirmada pelo perfil dos deslocamentos e o planejamento da cidade, que concentra a maior parte dos trabalho no centro expandido, relegando à periferia a territórios dormitórios com menos infraestrutura e habitações mais acessíveis.

"Essa caracterização do território traz graves distorções e reforça desigualdades multidimensionais, ainda mais visíveis em crises como a que estamos vivendo", finalizou Carolina Guimarães.

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