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Veja cuidados para evitar golpes em eventos de formatura

Procon diz que estudantes devem fazer contrato formal e pagamentos à empresa, e não à comissão de formatura

São Paulo|Isabelle Amaral, do R7


Estudante de medicina da USP, Alícia admitiu ter usado parte do dinheiro para gastos pessoais
Estudante de medicina da USP, Alícia admitiu ter usado parte do dinheiro para gastos pessoais

Ninguém espera ser vítima de golpe, principalmente quando passa anos pagando por algo e, no fim, não recebe. Com os recentes casos de desvio de dinheiro de festas de formatura, o diretor de fiscalização do Procon de São Paulo, Carlos César Marera, aconselha aos futuros formandos a não fazerem "acertos informais". É preciso haver um contrato com todas as regras necessárias até a realização do evento.

De acordo com o especialista, os responsáveis podem receber uma pena de reclusão de 1 a 4 anos se responderem pelo crime de apropriação indébita, crime que está sendo imputado pela polícia à estudante de medicina Alicia Dudy Muller, que confessou ter desviado o valor de quase R$ 1 milhão que os colegas haviam pagado pela formatura.

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Alicia era presidente da comissão e teria tirado o dinheiro da empresa responsável para gastos pessoais e apostas em loterias, conforme revelou a polícia. No entanto, segundo Marera, a empresa também precisa se responsabilizar.

A Ás Formaturas, contratada pelos alunos da USP, foi notificada pelo Procon-SP. O órgão quis entender como o valor de quase R$ 1 milhão chegou às mãos da estudante. "O normal é que os alunos paguem as parcelas diretamente à empresa e não para a comissão de formatura", pondera o diretor de fiscalização.

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Ele destaca que alunos que estejam se preparando para a formatura façam os pagamentos diretamente para a empresa. Outro cuidado importante é que os pagamentos estejam registrados. É o que ocorre com transferências bancárias, por exemplo, ao contrário de pagamentos em dinheiro vivo sem nenhum tipo de recibo. 

No caso da Ás Formaturas, a empresa que vinha recebendo uma série de questionamentos do Procon optou por realizar a festa mesmo após o desvio praticado pela aluna.

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Empresa avisa horas antes que não haverá festa

Empresa deu calote em alunos de Maringá (SP)
Empresa deu calote em alunos de Maringá (SP)

Um outro caso envolvendo uma formatura não realizada também viralizou em menos de duas semanas. Uma empresa, que recebeu os valores em parcelas por alunos de medicina da Unicesumar, em Maringá, no Paraná, não entregou o evento aos clientes e os avisou horas antes da festa porque não teria pago serviços como o buffet. Somadas as parcelas pagas durante os anos de graduação, a companhia teria recebido cerca de R$ 3 milhões pelo evento.

Marera explica que, nesses casos, a empresa pode ser punida administrativamente pelo descumprimento do contrato, além de responder por danos materiais e morais na Justiça.

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Após casos de golpe, formandos sentem-se inseguros em contratar empresa de formatura

Após casos recentes e seguidos de golpes em formaturas, estudantes estão redobrando a atenção para não colocar o sonho em risco. "Até então, não imaginávamos que esse tipo de roubo era possível, então ficamos muito inseguros", relata a aluna de medicina Lídia Lack.

A jovem, que se forma em 2025 e já começou os preparativos para a festa junto com a turma, afirma que os fatos deixaram os alunos apreensivos, e a primeira atitude foi recorrer às pessoas que os representam: a comissão de formatura.

As vítimas dos dois casos citados foram estudantes de medicina. Esses formandos, geralmente, optam por festas luxuosas, já que é o curso mais longo e uns dos mais caros do Brasil. Os alunos passam seis anos estudando intensamente para se formar, fazem internatos em hospitais, abdicam de tempo com a família e dão o melhor de si para poder lidar com vidas, além da sobrecarga mental. Por isso, no fim do curso, tudo o que os estudantes mais desejam é comemorar a conclusão dessa fase.

No entanto, alunos de outros cursos também se sentiram impactados pelos casos. "Esses casos causam medo na gente, principalmente o da USP porque, além de ter que lidar com o calote, também tem o sentimento de traição porque a liderança da comissão são os próprias alunos que escolhem", comenta Gabriela Ramos.

A estudante, que está no 7° semestre da faculdade de direito, aconselha aos formandos que uma saída para minimizar o medo de levar golpe seja exigir, cada vez mais, prestação de contas da comissão, com reuniões e questionamentos.

Suspeita de golpe em formandos por aluna da USP não é caso isolado. Relebre outras denúncias

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